UE não cumpriu objectivos de ajuda ao desenvolvimento em 2010, Portugal também ficou aquém do previsto



A União Europeia não cumpriu os objectivos de ajuda ao desenvolvimento que tinha prometido para 2010, de acordo com um estudo tornado hoje público pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento).

De acordo com a OCDE, apenas a Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Luxemburgo, Suécia e o Reino Unido cumpriram os seus objectivos para 2010, ainda que o esforço destes sete países não chegue para alcançar as metas de todos os 27 Estados-membros.

Portugal, sendo assim, também ficou aquém da ajuda esperada, apesar de, segundo a OCDE, ter sido um dos países que mais aumentou, percentualmente e em relação a 2009, a sua ajuda. Os outros foram a Austrália, a Bélgica, o Canadá, o Japão, a Coreia do Sul e o Reino Unido.

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O relatório destaca as pobres performances da França, Alemanha e Itália neste processo, determinantes para este não cumprimento.

“O anúncio de hoje demonstra um progresso desapontante feito pelos Estados-membros da União Europeia, contra os seus próprios objectivos. Os recentes eventos do Médio Oriente e Europa do Norte demonstram claramente a necessidade [que] os Governos da UE [têm] em investir na luta contra a pobreza a longo prazo e a injustiça, em vez de colocar o dinheiro dos seus contribuintes em situações de emergência e curto prazo”, explicou o coordenador da Action Aid Africa, Thomas Johnny.

“Este é um compromisso que a UE não se pode dar ao luxo de ignorar. É preciso melhorar muito para regressar ao caminho certo e conseguir alcançar estes objectivos”, continuou o responsável.

Citada pelo The Parliament, a Oxfam afirma que os Governos da União Europeia tinha acordado investir 0,56% dos seus rendimentos para a ajuda aos países em desenvolvimento. Ao todo, porém, este valor não passou dos 0,43%.

Em 2015, de resto, os Governos europeus aceitaram doar 0,7% do seu PIB para a ajuda ao desenvolvimento.

No total, o valor em falta chega aos 14,5 mil milhões de euros, de acordo com algumas agências para o desenvolvimento.

Ainda assim, o comissário da União Europeia para o desenvolvimento, Andris Piebalgs, alertou para o facto de a UE ser, “de longe, a líder mundial em doações [financeiras].”

“A ajuda eficiente não passa apenas pelo dinheiro. Temos de melhor a forma como entregamos [esse dinheiro] e a qualidade da ajuda que prestamos. A ajuda é um investimento muito inteligente para o futuro”, concluiu Piebalgs.

Ao todo, a ajuda para o desenvolvimento arrecadou, em 2010, 90 mil milhões de euros – mais 6,5% que em 2009. Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha e o Japão são os principais doadores.





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