Cientistas confirmam vida debaixo do gelo antárctico pela primeira vez
Sem luz solar e oxigénio é praticamente impossível à maioria dos seres vivos terrestres sobreviverem. Contudo, existem locais extremamente inóspitos onde a vida consegue subsistir, como por exemplo as fossas oceânicas onde vivem bactérias.
Os cientistas há muito que suspeitam que a vida pode proliferar em locais pouco propícios, além das fossas oceânicas. A última suspeita é que possa existir vida sob o gelo da Antárctida. Contudo, já não é suspeita, porque um grupo de investigadores da Universidade Estatal de Montana, dos Estados Unidos, conseguiu provar a existência de vida nesta região do globo.
A pouco mais de meio quilómetro de profundidade do gelo antárctico, os cientistas encontraram microorganismos vivos. Os investigadores, perfuraram o manto de gelo do oeste antárctico e encontraram organismos chamados Archaea. Estes organismos sobrevivem através da conversão de metano em energia, o que lhes permite habitar locais onde não existe vento ou luz solar, tal como nas profundezas geladas.
No passado, a comunidade científica havia já identificado bactérias em amostras de gelo da Antárctida, mas existia a suspeita que estas bactérias lá tenham ido para através da contaminação proveniente das perfurações, refere o Inhabitat. Mas a existência dos microorganismos Archea são a prova viva de que existe vida sob o gelo Antárctico.
O gelo desta região do planeta possui características comuns com outros locais do sistema solar, como a lua Europa, de Júpiter, ou as luas Titã e Encélado, de Saturno. A lua Titã é gelada mas possui lagos de metano líquido, que hipoteticamente podem albergar vida. Contudo, a exploração espacial não deverá alcançar estes locais antes de 2020 e, como tal, será necessário esperar para se confirmar a suspeita.
Foto: Alan R. Light / Creative Commons