Serpente decapitada há 20 minutos morde e mata cozinheiro chinês
Quando o cozinheiro chinês Peng Fan decapitou uma serpente para preparar uma das suas especialidades, sopa de serpente cortada, nunca pensou que o feitiço se viraria contra o feiticeiro e que a serpente ainda tivesse uma palavra a dizer.
A “estória” inacreditável passou-se na província chinesa de Guongdong e foi hoje contada pelo The New Zealand Herald: vinte minutos depois do chef Peng Fan decapitar a serpente – uma naja siamensis –, a cabeça saltou e mordeu o cozinheiro, atingindo-o mortalmente.
O fenómeno é estranho mas não se pode considerar raro. “Não há nada de especial neste caso”, explicou ao Treehugger o herpetologista Wolfgang Wuster, da Universidade de Ciências Biológicas de Bangor. “Isto pode parecer-nos estranho a nós humanos porque, tal como outros mamíferos, temos uma elevada taxa metabólica e precisamos de um fornecimento constante de sangue e oxigénio para o cérebro. Se isto for interrompido durante meros segundos, morremos”, explicou.
No caso das serpentes e outros répteis, o cenário é diferente. “As serpentes e répteis têm uma taxa metabólica muito mais lento, incluindo no cérebro, e podem manter-se vivos e funcionais muito tempo após o fornecimento de sangue ser cortado”.
Segundo Wuster, as serpentes podem manter-se activas até uma hora depois da sua cabeça ou outra parte do corpo ser cortada. Este período de tempo está relacionado com as temperaturas e pela parte do corpo da qual a cabeça foi arrancada.
“Se as glândulas venenosas, nervos e músculos utilizados par morder e disparar o veneno não tiverem sido danificados, então a cabeça da serpente pode morder, como reflexo, e provavelmente muitos dos outros sentidos da serpente também [se mantêm activos]”, concluiu Lee Fitzgerald, herpetologista da Universidade A&M, no Texas.
Foto: Rob Bixby / Creative Commons