Alasca e zona árctica do Canadá são dos locais mais perigosos do mundo para as mulheres



Num dos locais mais inóspitos do mundo, os perigos reais para as mulheres do Árctico não vêm dos ursos polares ou do clima gélido, mas sim dos homens que lá vivem.

Nas comunidades rurais do Alasca e da zona árctica do Canadá, a província de Nunavut, a violência contra as mulheres tem vindo a crescer. Um inquérito, de 2010, feito a 900 mulheres do Alasca concluiu que 37% das inquiridas havia sido vítima de violência sexual. A percentagem é 12 vezes superior à média dos Estados Unidos. Já os casos de violação são quatro vezes superiores à média nacional. 74% das inquiridas tinha menos de 18 anos.

A situação estava a atingir proporções tão elevadas que em 2009 o Governador do Alasca lançou uma campanha para travar a escalada da violência sexual e abuso de menores.

Na província de Nunavut, a situação não é melhor. As 53 aldeias isoladas desta região possuem uma taxa criminal nove vezes superior à média canadiana. Os relatos de violência doméstica superam a média nacional em seis vezes e meia e um inquérito revelou que 52% das mulheres de Nunavut foram vítimas de violência física e 27% foi forçada em práticas sexuais. O Governo canadiano estima que apenas 29% dos casos de violência doméstica desta província são denunciados.

A isolação de muitas destas comunidades torna a denúncia praticamente impossível, escreve o Daily Mail, já que o medo de represálias é elevado. Muitas das vítimas não só conhecem o seu agressor como são forçadas a viver na mesma comunidade que ele. Mesmo que uma mulher apresente queixa de violência doméstica não existem instituições sociais onde se possa refugiar.

As razões para estas taxas elevadas de violência para com as mulheres do Árctico são complexas. A falta de entidades policiais é uma delas. Das 53 comunidades da província de Nunavut, apenas 28 têm agentes da autoridade e destas 28, cerca de 15 possuem apenas dois guardas. No caso do Alasca existe um agente por cada meio milhão de hectares. A privação económica, costumes e evolução social lenta são outro dos factores que contribuem para a escalada da violência.

As mulheres do Árctico são, há muito, mais bem-sucedidas que os homens, tanto a nível de educação como de emprego. Tal situação cria ressentimento e sentimentos de impotência e raiva nos homens, o que também pode explica o aumento da violência para com as mulheres.





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