Gelo da Gronelândia é menos estável do que se pensava



Investigadores da Universidade de Cambridge desenvolveram um novo modelo que mostra que, apesar de sua estabilidade aparente, a maciça camada de gelo que cobre a maior parte da Gronelândia é mais sensível à mudança do clima do que estimavam estudos anteriores. Caso seja verdade, isto poderá acelerar o aumento do nível do mar, o que ameaça as comunidades costeiras em todo o mundo.

Além de avaliar os níveis crescentes de água criados pelo derretimento e despejados no oceano com o aquecimento, o modelo leva em conta também o papel que o solo macio e esponjoso por baixo da camada de gelo exerce na mudança de suas dinâmicas.

Segundo o estudo, que foi ontem publicado na Nature, a camada de gelo da Gronelândia é a segunda maior do mundo e cobre 1,7 milhões de km quadrados, contendo gelo suficiente para elevar o nível do mar em mais de sete metros, caso derretesse toda.

Actualmente, apenas com derretimento de superfície, a perda de gelo dá-se a uma taxa anual de 200 gigatoneladas, o equivalente a uma elevação de 0,6 milímetros anuais. Globalmente, o nível eleva-se a 3 mm anuais, dados de hoje.

“Seja devido a mudança sazonal ou aquecimento do clima, a camada não derrete como um cubo de gelo,” explicou Marion Bougamont, do Instituto de Pesquisa Polar de Cambridge, ao Red Orbit. “Em vez disso, há duas fontes de perda de gelo: o derretimento na superfície e o próprio fluxo de gelo, e há uma ligação entre estes dois mecanismos que não entendemos inteiramente e que não é levado em conta em modelos padrão.”

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Foto: Christine Zenino / Creative Commons





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