Investigação liderada por cientista português descobre que ecossistemas terrestres armazenam mais CO2 do que se pensava



Em média, os ecossistemas terrestres retêm o carbono durante 23 anos – cerca de 15 nos trópicos ou 255 nos pólos – mas em maiores quantidades, principalmente nos solos, do que anteriormente se pensava, revela um novo estudo sobre o ciclo do carbono nos ecossistemas terrestres liderado pelo investigador português Nuno Carvalhais.

A resposta do ciclo do carbono terrestre às alterações climáticas é uma das maiores incertezas que afectam as projecções destas mesmas alterações. O feedback entre o ciclo de carbono terrestre é parcialmente determinado pelas alterações no tempo de retorno do carbono nos ecossistemas do planeta, que por sua vez é uma propriedade dos ecossistemas que nasce da interacção entre o clima solo e tipo de vegetação.

Foi sobre o tempo de retorno do carbono nos ecossistemas do planeta que Nuno Carvalhais, da FCT-UNL e do Instituto Max Planck de Biogeoquímica, e a sua equipa de investigadores internacionais se debruçaram ao estudar novas probabilidades de interacções entre a vegetação e as reservas e fluxos de carbono no solo orgânico.

Além de perceberem que os ecossistemas armazenam mais CO2 do que se pensava anteriormente, a equipa de investigadores descobriu também que a precipitação é um factor tão ou mais importante do que a temperatura para explicar a variação do tempo de decomposição do elemento.

Os investigadores indicam que os resultados do novo estudo podem contribuir positivamente para os modelos climáticos globais. Contudo, “é difícil prever como podem mudar as nossas previsões climáticas em resultado de uma maior precisão no ciclo global do carbono”, refere Nuno Carvalhais num comunicado da FCT-UNL.

O estudo, intitulado “Global covariation of carbon turnover times with climate in terrestrial ecosystems”, foi publicado na revista Nature.

 Foto: TaylaLyell1979 / Creative Commons





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