Cientistas mapeiam genoma da baleia-da-gronelândia pela primeira vez
A baleia-da-gronelândia, Baleana mysticetus, é o mamífero com a maior longevidade, podendo atingir os 210 anos. A longevidade desta baleia quase não tem comparação com a maioria dos mamíferos e mesmo dentro dos cetáceos, a sua esperança média de vida destaca-se em vários anos por comparação com outras espécies.
Agora e pela primeira vez, os cientistas conseguiram mapear o AND completo da baleia-da-gronelândia. Investigadores de dois estudos diferentes uniram esforços e identificaram o genoma desta espécie, comparando-o posteriormente com o da baleia-de-minke – uma espécie que pode ter uma longevidade entre os 30 e os 50 anos.
A comparação dos dois genomas permitiu aos cientistas identificarem duas mutações genéticas no ADN da baleia-da-gronelândia: o ERCC1 e o PCNA, genes relacionados com a longevidade bem como com a resistência ao cancro e reparação do ADN, escreve o Dodo.
O estudo foi realizado no Liverpool Centre for Genomics Research, com colaboração de cientistas do Alasca, Espanha, Coreia do Sul, Dinamarca e Irlanda.
De acordo com João Pedro Magalhães, investigador português da Universidade de Liverpool que liderou o estudo, as conclusões retiradas do estudo do ADN desta espécie de baleia podem contribuir para os estudos da genética humana. Por exemplo, drogas que consigam activar genes humanos semelhantes aos encontrados na baleia-da-gronelândia podem ser utilizadas para combater doenças sérias.
A baleia-da-gronelândia possui uma população relativamente estável graças à introdução, em 1986, de uma moratória que regula a sua pesca apenas para fins de subsistência. Existem cerca de 24.900 destas baleias a vaguear pelas águas árcticas e subárcticas.
Foto: Ross Bishop / Creative Commons