Remoção de chorão é uma das prioridades do projecto de recuperação ambiental das Berlengas
A remoção de um chorão na Ilha da Berlenga, uma tarefa que se irá prolongar durante alguns anos, será uma das primeiras medidas do projecto Life+ Berlengas, uma iniciativa que arrancou oficialmente em Junho do ano passado mas que só agora será apresentada.
Segundo Joana Andrade, coordenador do projecto, existe uma grande necessidade de “intervir nas Berlengas”. “É uma reserva que não se encontra em bom estado ambiental, havendo várias ameaças à biodiversidade do arquipélago, entre as quais a presença e proliferação de espécies invasoras. Estas ameaças têm impacto na flora endémica e na fauna nativa e a perda de biodiversidade tem de ser travada o quanto antes”, explicou a responsável em comunicado.
A remoção do chorão irá contribuir para que a flora nativa da ilha possa recuperar gradualmente. Com uma duração de quatro anos e meio, o Life+ Berlengas pretende monitorizar a fauna e a flora do arquipélago das Berlengas, controlar espécies exóticas invasoras e implementar uma estratégia de gestão sustentável dos valores naturais do arquipélago.
Paralelamente, estão a decorrer várias acções de monitorização de fauna e flora, que pretendem proceder ao controlo de outras espécies invasoras, como os ratos e os coelhos. Estas medidas levarão a uma melhoria das condições naturais do habitat para as espécies nativas. De acordo com Joana Andrade, outro dos objectivos passa por “restaurar o equilíbrio ecológico, além da implementação de um plano de gestão eficaz que compatibilize as diferentes atividades que se desenvolvem no seio daquela reserva natural”.
O projecto será apresentado no próximo dia 7 de Fevereiro, sábado, às 16h, num evento informal aberto a todos, no Edifício Cultural em Peniche. O evento pretende dar a conhecer à população local e todos os interessados as acções que estão a ser implementadas nas Berlengas com o objetivo de recuperar e conservar os seus valores naturais.
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) conta com uma larga experiência em trabalhos de monitorização e conservação em colónias de aves marinhas, tendo decicido avançar com este projecto em conjunto com vários parceiros estratégicos – o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Câmara Municipal de Peniche, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar como observador externo.
O investimento total do projecto é de €1,4 milhões de euros, sendo que este conta com o apoio do Programa Life+, da União Europeia.
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