Registos pré-históricos apoiam as previsões actuais para as alterações climáticas
Evidências do último período de aquecimento no passado longínquo da Terra comprovam que o clima actual vai responder como o esperado – e já previsto – perante o aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2) atmosférico.
A conclusão é de um novo estudo de investigadores britânicos e australianos, publicado na conceituada revista Nature – e que está em linha com as previsões climatológicas futuras feitas pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).
As amostras que corroboram as actuais previsões foram recolhias de fósseis de plâncton retiradas do fundo oceânico. As conchas destes animais contêm pistas de como o clima global transitou de temperaturas mais frias para temperaturas mais quentes há cerca de 2,3 a 3,3 milhões de anos – período que corresponde ao às épocas do Plioceno e Pleistoceno.
Os cientistas utilizaram estes dados “gravados” nas conchas do plâncton para reconstruir o conteúdo de CO2 da atmosfera do planeta, comparando-o posteriormente com um registo separado de CO2 recolhido das bolhas de ar da atmosfera primitiva presas em perfurações de gelo nos pólos.
“Mostrámos que a alteração na temperatura da Terra para uma determinada alteração de CO2, tendo em conta o crescimento e recuo das camadas de gelo continentais altamente reflectivas, não só era idêntica tanto ao período frio do Pleistoceno como ao período quente do Plioceno como também às previsões recentemente sumarizadas pelo IPCC”, indica Gavin Foster, investigador da Universidade de Southampton, à BBC.
“Isto implica que à medida que nos aproximamos de um futuro com condições atmosféricas semelhantes à do Plioceno, as previsões do IPCC deverão ser adequadas para descrever o grau de aquecimento de deveremos esperar”, acrescenta o investigador.
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