Etiópia destrói seis toneladas de marfim apreendidas nos últimos 30 anos
A Etiópia destruiu recentemente cerca de seis toneladas de marfim, tornando-se no mais recente país a adoptar tal medida para combater a caça ilegal de elefantes. O marfim destruído foi confiscado pelas autoridades ao longo dos últimos 30 anos a caçadores ilegais ou no Aeroporto Internacional Bole de Adis Abeba.
O marfim foi destruído através de queima e quando a grande pira de dentes e outros artefactos acabar de queimar vai ser construído no local um memorial para relembrar os 556 elefantes do país que pereceram às mãos dos caçadores furtivos. A Etiópia tem oito manadas de elefantes africanos, estimadas num total de 1.800 animais.
Adis Abeba há muito que é considerada um dos pontos mais importantes da rota de comércio ilegal de marfim e o país perdeu mais de 90% dos elefantes que viviam no seu território desde a década de 1980. Porém, a destruição do marfim apreendido nas últimas décadas – assim como um plano governamental para combater o comércio ilegal do material já posto em marcha – pode ajudar a combater esta reputação.
“Se continuarmos a permitir que os nossos elefantes sejam mortos não só traímos a nossa herança, como nos vamos empobrecer e também às gerações futuras. Isto não vai acontecer sobre o nosso mandato”, afirmou o vice-primeiro ministro Demeke Mekonnen Hassen, antes de ser ateado fogo à pira de marfim, cita o Dodo. “A nossa mensagem é simples: o comércio de marfim tem de acabar”, sublinhou o governante.
Mekonnen Hassen incitou ainda outros países, como Botswana, Chade, Gabão e Tanzânia, a queimarem o seu marfim confiscado e a juntarem-se à Iniciativa de Protecção do Elefante “para assegurar um futuro ao lado dos elefantes”. A Iniciativa de Protecção dos Elefantes resulta de uma colaboração entre governos e organizações não-governamentais e exige a várias nações que restrinjam o comércio de marfim durante pelo menos dez anos, fechem os mercados internos de comércio de marfim e destruam os stocks e as apreensões do material.
Com cerca de 100.000 elefantes assassinados em África nos últimos três anos, medidas como a Iniciativa de Protecção do Elefante são mais que necessárias.