Fracturação hidráulica: 4 razões que podem ditar o seu insucesso na Europa



Os países europeus não apostarão na fracturação hidráulica ao nível do que é feito nos Estados Unidos. Esta é a convicção de Humberto Rosa, da direcção-geral da Acção Climática, da Comissão Europeia, e ex-secretário de Estado do Ambiente entre 2005 e 2001.

“Não me parece que se possa esperar ver na Europa uma aposta na fracturação hidráulica equivalente à que houve nos Estados Unidos”, explicou em entrevista exclusiva ao Green Savers.

Segundo o responsável, existem várias razões para este facto: diferenças nas percepções da opinião pública, na definição dos direitos de propriedade sobre os recursos geológicos, na efectiva disponibilidade do recurso, ou na disponibilidade de infra-estrutura de transporte de gás. “Parece-me mais seguro continuar a apostar nos recursos endógenos renováveis europeus”, revelou.

De acordo com Humberto Rosa, este tema não pode ser encarado como um “mero balanço entre vantagens económicas e desvantagens ambientais”.

“A prática da fracturação hidráulica só poderá fazer sentido se as desvantagens ambientais forem evitadas, limitadas e controladas, e as vantagens económicas e energéticas maximizadas”, explicou.

Assim, terá de existir uma “cuidada e profunda avaliação de impactos ambientais caso a caso, incluindo quanto aos riscos para as águas subterrâneas e quanto aos riscos de emissões fugitivas de metano para a atmosfera”.

“É um facto que o gás de xisto continua a ser um combustível fóssil, mas se servisse para substituir carvão, por exemplo, o balanço de emissões até poderia ser positivo, desde que não houvesse fugas de metano, que é um gás com efeito de estufa bem mais potente que o dióxido de carbono”, concluiu o político.

4 RAZÕES PARA MANTER O FRACKING FORA DA EUROPA

1.Diferenças nas percepções da opinião pública

2.Diferenças na definição dos direitos de propriedade sobre os recursos geológicos

3.Disponibilidade efectiva do recurso

4.Disponibilidade de infra-estrutura de transporte de gás

Foto: Simon Fraser University – University Communications / Creative Commons





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