Oceanos valem €22,3 biliões e são a sétima maior economia mundial



O vasto valor económico dos oceanos inclui as várias espécies, os stocks de pesca, turismo e rotas de navegação. De acordo com um relatório da World Wide Fund for Nature (WWF), os oceanos valem €22,3 biliões, o que os torna a sétima maior economia mundial. Porém, a poluição, a pesca excessiva e as alterações climáticas podem diminuir este valor.

O documento indica ainda que os bens e serviços que os oceanos fornecem todos os anos, como a comida, estão avaliados em €2,3 biliões. No entanto, os autores do estudo indicam que o valor dos oceanos está subestimado, já que na valoração não foram incluídos factores como as reservas de petróleo do solo oceânico, a energia das marés e do vento e bens intangíveis, como o papel dos oceanos na regulação do clima.

O valor económico dos oceanos foi então calculado tendo em conta a pesca, turismo, rotas de navegação e a protecção costeira fornecida pelos corais e manguezais, escreve o Guardian.

Contudo, este enorme valor dos oceanos está em risco. A absorção de dióxido de carbono – cerca de metade da quantidade que a civilização emite para a atmosfera – está a tornar as águas oceânicas mais quentes e ácidas, o que tem várias implicações para os ecossistemas marinhos.

O relatório alerta ainda para o facto de cerca de dois terços das reservas de pesca estarem “completamente exploradas” e que a maioria das restantes reservas está sobre-explorada. A biodiversidade dos oceanos diminuiu 39% entre 1970 e 2010, ao mesmo tempo que metade dos recifes de coral e quase um terço das ervas marinhas desapareceram.

De acordo com Ove Hoegh-Guldberg, autor principal do relatório e director do Global Change Institute, é imperativo que a comunidade empresarial compreenda o valor dos oceanos para que possa ser traçada uma estratégia que permita reverter o seu declínio. “Se não se cuidar de um bem como os oceanos, eles começam a degradar-se. Portanto, é importante que comecemos a resolver estes problemas já e a nível internacional”, indica o investigador. “Os oceanos estão em mau estado, que está a ficar cada vez pior. As reservas de peixe estão a começar a colapsar, há níveis recorde de poluição e alterações climáticas”, cita o jornal britânico.

O documento indica ainda oito acções para restaurar a saúde dos oceanos, incluindo acordo mais intergovernamentais, diminuição das emissões, proteger pelo menos 30% das áreas marinhas até 2030 e mais medidas para combater a pesca ilegal.

Foto: Wiliam Schmidt / Flickr





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