Estudo da UMinho analisa a aplicação de imposto de carbono na carne na UE



Um estudo da Universidade do Minho, desenvolvido por Rafael Leite Pinto, analisou a aplicação de um imposto de carbono sobre a carne na União Europeia (UE). Esta medida, ainda não aplicada por nenhum país, poderia reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) – contribuindo para as metas do Acordo de Paris-, melhorar a saúde das populações e reduzir a mortalidade.

De acordo com o documento, que se baseia nas informações do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), a agricultura representa 23% das emissões de GEE, dos quais 80% corresponde à pecuária. Só na União Europeia, 71% das terras são ocupadas pelo setor da pecuária. À medida que a população mundial aumenta, espera-se que estas percentagens venham a crescer também.

O autor analisou 15 estudos que avaliaram a implementação de uma taxa de carbono nos produtos de origem animal, inclusive a carne, em diferentes países membros da UE, como por exemplo, Espanha, Bélgica, França e Dinamarca.

Os resultados sugerem que a aplicação desta taxa seria a medida “mais eficaz” para reduzir as emissões, levando a uma diminuição de até 18% no setor e de 3% das emissões totais da UE, num curto espaço de tempo. A aplicação de uma taxa de 90 euros por tonelada de carne traria resultados mais significativos, reduzindo o consumo da mesma e a consequente redução das emissões do setor. Outra das conclusões é que os efeitos seriam maiores se o imposto fosse aplicado a todos os produtos de origem animal, o que engloba os lacticínios, queijos, ovos e as carnes.

As receitas anuais iriam rondar os 32 mil milhões de euros, que poderiam ser alocados para financiar a transição para um sistema alimentar sustentável. Apoiar esta mudança junto dos produtores, além de assegurar a justiça social, seria uma mais valia para as duas partes.

Rafael Leite Pinto sugere ainda que, além deste imposto, a adoção de medidas como campanhas de sensibilização e o investimento em alternativas alimentares, podem aumentar a eficácia dos resultados.





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