A cidade subterrânea perdida que nunca existiu



No filme que marcou o regresso de Indiana Jones, em 2008, procurou uma cidade perdida na selva sul-americana, chamada Akator. A ideia para este guião teve como pano de fundo dois mitos: o da cidade legendária de El Dorado, e o de outro, criado algumas décadas antes, de uma alegada cidade com um nome parecidíssimo, Akakor.

A pseudo-existência desta última cidade chegou à opinião pública em 1972 pelo fotojornalista alemão Karl Brugger, que estava a caminhar no mercado da cidade de Manaus, Brasil, quando conheceu um local que alegava fazer parte de uma tribo amazónia secreta chamada Ugha Mongulala.

O homem chamava-se Tatunca Nara e falou a Brugger de uma cidade subterrânea, conhecida apenas pela sua tribo, onde um grande conhecimento – passado e futuro – estava armazenado.

O fotojornalista alemão acreditou na história de Tatunca Nara, avançou o Mental Floss, e documentou a cidade no livro The Chronicle of Akakor, que se inspirou em conversas com Tatunca.

Assim que o livro de Brugger foi publicado, várias pessoas tentaram descobrir o paradeiro da cidade. Muitos falaram com Tatunca Nara, que liderou expedições ao local. Estávamos nos anos 80 e, dessas expedições, três pessoas não regressaram. Quanto a Karl Brugger, ele foi morto numa praia do Rio de Janeiro, em 1984.

Quando o escritor alemão Rudiger Nehber investigou o caso, ele descobriu que a cidade de Akakor não existia, a tribo Ugha Mongulala era falsa e Tatunca Nara era, na verdade, Hansi Hauck, nascido em Coburg, na Alemanha, em 1941.

O documentário de Nehberg The Self Made Chief levou a investigações policiais a Tatunca Nara, que não deram em nada. Apesar de tudo, a lenda de Akakor persiste e chegou ao Indiana Jones.

Foto: David Evers / Creative Commons





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