A empresa portuguesa que cultiva algas na ria de Aveiro (com VÍDEO)



Com a loucura do sushi, as algas entraram em força em Portugal. No entanto, poucos sabem que, muitos anos antes disso, elas já estavam no mercado, fazendo parte de snacks ou pastas de dentes. Agora que as algas estão na moda, uma empresa portuguesa de biólogos, a Algaplus, está a produzi-las na ria de Aveiro, para os mercados da alimentação e da cosmética.

Na ria aveirense são produzidas algas como a noori, o musgo irlandês ou a alface do mar, que é a espécie mais comum de alga. As macroalgas são produzidas num sistema de aquacultura sustentável e são ricas em vitaminas, fibras, minerais.

Em parceria com uma empresa de aquacultura, a Algaplus aproveitou a água e os nutrientes da ria de Aveiro para lançar a Tok de Mar, a primeira marca portuguesa de algas e produtos derivados para uso culinário e que já comercializa quatro tipos de algas desidratadas – e até sal enriquecido.

“ [A nossa parceira] recebe a água da ria para produzir o peixe, mas essa água regressa à ria. Estamos a aproveitar esta água, que vem do peixe, para produzir as nossas macroalgas. [Este é um processo] vantajoso para o ambiente, uma vez que reduzimos a carga de nutrientes lançada no ecossistema. Por outro lado, as algas, tal como as plantas, utilizam a luz do sol, o CO2 e os nutrientes para fazer a fotossíntese, produzir biomassa”, explicou ao Economia Verde Helena Abreu, directora de I&D da Algaplus.

Por outras palavras: as algas vão usar os nutrientes da água para aumentar a biomassa e crescer mais rápido. “Para o que nos interessa, elas também crescem melhor”, concluiu Helena Abreu.

Se cada japonês come em média seis gramas de algas por dia, os portugueses ainda têm de comer muitas algas – em pataniscas de bacalhau, caldeirada de peixe ou estufados, como sugere Helena Abreu – para chegar a este número.

A empresa já está em alguns mercados internacionais e, com outra marca própria, entrou também no campo da dermocosmética. Os kits variam entre os €4 e €25 e podem ser encontrados em lojas especializadas – e brevemente também online. Veja o episódio 229 do Economia Verde.

Foto: cluczkow / Creative Commons





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