A fixação de nitrogénio em partículas marinhas é importante no oceano global



Há anos que os cientistas se interrogam sobre se e como as bactérias, que vivem da matéria orgânica dissolvida nas águas marinhas, podem efetuar a fixação de N2. Partiu-se do princípio de que os elevados níveis de oxigénio combinados com a baixa quantidade de matéria orgânica dissolvida na coluna de água marinha impediriam a fixação anaeróbia e consumidora de energia do N2.

Já na década de 1980 foi sugerido que os agregados, as chamadas “partículas de neve marinha”, poderiam ser locais adequados para a fixação de N2, facto que foi recentemente confirmado. No entanto, tem sido uma questão em aberto o facto de as bactérias que realizam esta fixação de N2 poderem ser encontradas em todo o oceano. Além disso, a magnitude global e a distribuição da atividade são desconhecidas.

Até agora.

Com seus modelos mecanísticos, os investigadores também puderam mostrar uma distribuição latitudinal distinta das bactérias que fixam N2 nas partículas de “neve marinha”, com as taxas mais altas nas zonas de mínimo de oxigênio encontradas em grandes regiões do oceano global. Além disso, foi demonstrado que as bactérias associadas a partículas podem fixar N2 em uma faixa de temperatura muito mais ampla do que as cianobactérias.

“A magnitude da fixação de N2 e a distribuição distinta da atividade associada às partículas em relação ao que é conhecido para as cianobactérias são altamente interessantes”, diz Lasse Riemann, professor do Departamento de Biologia e coautor do estudo.

“Ao fixar N2 principalmente abaixo das camadas superficiais, espera-se que a atividade bacteriana associada às partículas tenha um impacto indireto e retardado no ciclo do nitrogênio oceânico em comparação com as cianobactérias. Esses insights podem ser particularmente importantes ao tentar prever a produtividade do plâncton no oceano futuro, impactado pelo aquecimento global”, conclui.

Os investigadores esperam que seu estudo inspire trabalhos futuros sobre a vida microbiana nas partículas marinhas, devido ao seu papel aparentemente crucial no ciclo de muitos nutrientes no oceano.





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