A maioria do carbono da Terra está no subsolo profundo



A maioria dos aglomerados de carbono da Terra estão presentes nas suas profundezas, no quente manto de rochas existente por debaixo da crosta do planeta.

“A maioria das pessoas provavelmente não reconhece que a grande maioria do carbono – a espinha dorsal de toda a vida – está localizada no interior da Terra, abaixo da superfície – talvez até 90% dele”, disse em comunicado Elizabeth Cottrell, geóloga no Smithsonian’s Museum of Natural History. Cottrell é autora de um novo estudo que examina de que forma o ciclo de carbono do manto terrestre muda a composição da lava que forma novas crostas oceânicas.

Nas dorsais meso-oceânicas – fracturas abertas que cruzam os pisos oceânicos da Terra – a lava escorre para o exterior, directamente do manto – camada directamente abaixo da crosta terrestre. Analisar essa lava permite aos geocientistas obter pistas acerca do que está a acontecer a milhares de quilómetros abaixo da superfície.

Cottrell e a co-autora Katherine Kelley recolheram rochas do fundo do mar por todo o mundo e analisaram a sua composição. Rácios de determinados isótopos (átomos de um elemento com diferentes números de neutrões), bem como de ferro oxidado, sugerem que os reservatórios de carbono armazenados há milhares de milhões de anos influenciam fortemente a química do manto.

Quando o manto derrete e entra em erupção nas dorsais meso-oceânicas, produz rochas com componentes distintos. A razão por detrás da existência de diferentes componentes pode ser também a existência de diferentes origens. A rocha expelida pode, por exemplo, ser originária da crosta oceânica, engolida em profundidade rumo ao manto por acção das placas tectónicas, ou de uma pluma profunda a ascender perto da fronteira entre o manto e o núcleo.

Os investigadores descobriram que um desses componentes químicos da rocha tende a conter reduzido ferro, enquanto outro se combina com ferro oxidado. Esta combinação faz sentido quando o carbono desempenha um papel no controlo da composição do ferro no manto, avança o Huffington Post.

“O carbono fornece um mecanismo de redução do ferro e também uma explicação razoável por que estas lavas são enriquecidas de formas que poderíamos esperar de uma rocha de fusão de carbono”, disse Cottrell.





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