A partir do espaço, a NASA está de olho nos ‘superemissores’ de metano



A tecnologia da NASA para detetar os efeitos das poeiras no clima, conhecida como ‘Earth Surface Mineral Dust Source Investigation’ (EMIT), está instalada na Estação Espacial Internacional desde julho, e já detetou mais de 50 ‘superemissores’ de metano, “um gás com efeito de estufa potente”, na Ásia Central, no Médio Oriente e no sudoeste dos Estados Unidos.

A agência espacial norte-americana explica que “superemissores são instalações, equipamentos ou outras infraestruturas, tipicamente nos setores dos combustíveis fósseis, dos resíduos ou da agricultura, que emitem grandes quantidades de metano”.

Bill Nelson, administrador da NASA, argumenta que controlar as emissões desse gás nocivo “é fundamental para limitar o aquecimento global”, e explica que a descoberta desta nova valência do sistema EMIT “não só ajudará os investigadores a melhor identificarem fontes de metano”, mas será também importante para perceber como se poderá responder “rapidamente”.

O metano é um gás que tem um potencial para reter o calor na Terra 80 vezes superior ao do dióxido de carbono, e “absorve luz infravermelha num padrão único” que a tecnologia do EMIT é capaz de detetar “com grande precisão”. Além disso, o EMIT pode também medir a concentração de dióxido de carbono emitido para a atmosfera, pelo que é uma ferramenta essencial do ‘arsenal’ da NASA para compreender a evolução das alterações climáticas.

David Thompson, um dos cientistas responsáveis pelo EMIT e investigador do Laboratório de Propulsão da Jato da NASA, sublinha que essa tecnologia tem “uma capacidade única” que deverá impulsionar os esforços para reforçar a responsabilização pelas emissões de metano e para procurar reduzir essas emissões.

As mediações do EMIT permitirão detetar, por exemplo, uma pluma de metano com 3,3 quilómetros de altura no estado do Novo México, nos Estados Unidos, sobre o que a NASA descreve como “uma das maiores explorações de petróleo do mundo”.

Também no Turquemenistão foi identificada uma pluma com 32 quilómetros de altura, emitida por uma exploração petrolífera na zona do Mar Cáspio. Outra foi encontrada a sul de Teerão, capital do Irão, com 4,8 quilómetros, produzida por um complexo de processamento de resíduos.

Pluma de metano detetada sobe Teerão, Irão.
Fonte: NASA

“O metano é um subproduto da decomposição, e os aterros podem ser uma grande fonte”, explicam.

Os cientistas explicam que, ao passo que o dióxido de carbono pode permanecer na atmosfera durante centenas de anos, o metano só consegue persistir durante algumas décadas, pelo que se as emissões forem reduzidas a atmosfera conseguirá responder num período semelhante, o que poderá ajudar a desacelerar o aquecimento do planeta.

Em comunicado, a NASA indica que “com o conhecimento das localizações dos grandes emissores” de metano, será possível “agir rapidamente para limitar as emissões”.





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