A profissão mais perigosa e mal paga do mundo (com FOTOS)



A beleza mórbida destas imagens descortina um pouco da indústria de desmantelamento de navios do Bangladesh, onde os trabalhadores enfrentam a morte, doenças e ferimentos causados por acidentes de trabalho e riscos ambientais por apenas alguns euros por dia.

O Chittagong Ship Breaking Yard é o maior espaço de desmantelamento de navios do mundo. O Chattagong está dividido em 80 linhas activas de desmantelamento ao longo de quase 13 quilómetros da costa, empregando mais de 200 mil pessoas e é responsável por metade de todo o aço do Bangladesh.

Grupos de trabalhadores, oriundos das regiões mais pobres do Bangladesh, utilizam tochas de acetileno para desmantelar as peças dos navios. Posteriormente, as partes são transportadas para fora da praia por outros grupos e são derretidas. O desmantelamento dos navios permite que os materiais, especialmente o aço, sejam reciclados. Os equipamentos, combustível e químicos a bordo podem também ser reutilizados.

Peter Gwin, repórter da National Geographic, visitou o local, que é fortemente guardado e cercado, sendo proibidas as fotografias. “Nos bairros de lata que proliferam em torno dos estaleiros, conheci dezenas de trabalhadores. Muitos tinham profundas e irregulares cicatrizes. ‘Tatuagens de Chittagong’, indicou um homem”, escreve o repórter. “A alguns trabalhadores faltavam dedos. Outros eram cegos de um olho”, refere. Muitos destes trabalhadores são intimidados pelos empregadores para não se queixarem das condições de trabalho nem dos acidentes.

O trabalho é bastante duro, pois estes navios não são feitos para serem desmantelados, mas sim para aguentarem as condições mais adversas no mar. Na maioria dos casos são construídos com materiais tóxicos e a sua reciclagem é feita no Bangladesh, Índia e Paquistão, onde a mão-de-obra é mais barata e a vigilância é mínima.

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