A viagem da tribo mais ameaçada do mundo à capital brasileira



Na semana passada, quinze membros da tribo mais ameaçada do mundo, os Awá, apanharam o autocarro perto da sua aldeia isolada, no estado do Maranhão, e deslocaram-se 2.000 quilómetros até Brasília, a capital brasileira.

Segundo conta a Survival International, a viagem pretendeu confrontar os governantes com os 41 mil e-mails de protesto e apelos directos de ajuda de inúmeras entidades e personalidades contra a “alarmante destruição da sua terra”.

Durante três dias, os Awá e outras tribos indígenas encontraram-se com diversas autoridades, sobretudo judiciais, alertando para a destruição acelerada das florestas que lhes dão abrigo e alimentação há centenas de anos.

“Os madeireiros vão destruir toda essa área. Estão a cortar árvores e vão continuar a destruir tudo, macacos, porcos selvagens e tapirídeos estão a fugir, não sei o que vamos comer no futuro”, explicou um indígena à Survival International, a entidade que há 40 anos luta pela defesa das tribos indígenas, sobretudo na América do Sul.

A actividade madeireira deixou os Awá, uma tribo de 460 pessoas, sem forma de continuar a sua forma de sobrevivência: eles são uma das últimas tribos caçadoras-colectoras do mundo. Cercada por caçadores ilegais, a tribo está desesperada.

Na sua viagem a Brasília, os Awá protestaram ainda contra  Directiva 303, que os impede de expandir o seu território, colocando em causa a sua sobrevivência.

“Durante décadas, os Awá sobreviveram a roubos de terras. Agora, ao viajar até Brasília, estão a lidar com o assunto directamente, fazendo ouvir a sua voz em todo o mundo. Está a tornar-se cada vez mais difícil, para o Governo brasileiro, ignorar os protestos internacionais sobre a invasão do território Awá: a sua reputação está em jogo”, explicou o director da Survival International, Stephen Corry.





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