Acidificação dos oceanos associada às alterações climáticas poderá prejudicar ostras do Pacífico a longo prazo



Uma ostra do Pacífico exposta à acidificação do oceano pode nunca recuperar totalmente do impacto no seu crescimento, de acordo com um novo estudo.

A equipa retirou ostras com cinco meses do oceano e colocou-as em água que imitava vários níveis de acidificação dos oceanos durante duas semanas.

Segundo os investigadores, houve um “ponto de viragem” em que a acidez da água começou a afetar o peso das ostras e, quando estas foram devolvidas ao oceano, não compensaram a perda de crescimento que sofreram.

“Avaliámos a capacidade de recuperação da ostra do Pacífico exposta a 15 níveis de pH (6,4 a 7,8) durante 14 dias e depois colocada em condições de pH ambiente durante 42 dias. Ocorreu um atraso no crescimento, que persistiu a níveis de pH inferiores a 7,1, mesmo depois de o stress ter sido eliminado. No entanto, o crescimento foi retomado rapidamente, o que sugere que as ostras podem recuperar de uma acidificação extrema, mas o atraso no crescimento não pode ser compensado”, explicam os investigadores.

Os autores sublinham que a acidificação dos oceanos pode ter “impactos duradouros” no crescimento das ostras do Pacífico. Após 14 dias em condições mais ácidas, as ostras foram devolvidas à água do mar ambiente (pH >7,8) – imitando períodos de acidez flutuante em ambientes costeiros. As ostras “não compensaram o período de inibição do crescimento, mesmo depois de o stress ter sido eliminado, o que sugere uma baixa resistência a episódios de acidificação grave. Estes impactos podem ter consequências económicas diretas para os produtores de moluscos no futuro”.

Segundo a mesma fonte, com as emissões de carbono provocadas pelo homem a conduzirem provavelmente a mais períodos de acidificação dos oceanos, os produtores de moluscos “poderão enfrentar consequências no que respeita ao tamanho das suas ostras”.

 

 





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