Açores quer proibir cultivo de transgénicos no arquipélago



O Governo regional dos Açores quer preservar a imagem de “respeito pela natureza” que a Ilha granjeou nas últimas décadas, garantindo aos produtores regionais o direito à agricultura tradicional ou biológica. Para tal, entregou ao Parlamento regional uma iniciativa legislativa para proibir o cultivo de transgénicos no arquipélago.

De acordo com a Lusa, o Governo alega ainda que a elevada fragmentação das explorações agrícolas e as especiais condições climáticas do arquipélago, ao favorecerem a actividade dos agentes polinizadores, tornam “impossível o controlo da disseminação dos organismos geneticamente modificados (OGM)”.

“A introdução de culturas de OGM coloca em causa o direito dos agricultores [da Região] praticarem modalidades de agricultura tradicional ou agricultura biológica”, com “perda da diversidade de variedade agrícolas, ornamentais e florestais que caracterizam os Açores”, explica a proposta do governo regional.

O Governo açoriano quer declarar o arquipélago como zona livra de cultivo de transgénicos, sublinhando que seria “dificilmente compatível a coexistência, no mesmo território e nos mesmos processos produtivos, da utilização agronómica de organismos geneticamente modificados”.

Finalmente, a proposta realça as “dúvidas ainda existentes sobre as interferências dos OGM no equilíbrio dos ecossistemas e na contaminação da cadeia alimentar”, explicando que estes podem “comprometer a imagem e os certificados de qualidade dos produtos açorianos, em particular a carne de bovino e os lacticínios”.

A decisão do governo regional de avançar com a proibição de cultivo de transgénicos nas ilhas foi objecto de uma carta dirigida ao Parlamento pelo embaixador do Estados Unidos em Lisboa, na qual o diplomata expressava “preocupação” face à medida.





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