Adesão à greve na empresa de ambiente de Cascais ronda os 75%

A adesão à greve dos trabalhadores da EMAC – Cascais Ambiente, que exigem ser respeitados e valorizados profissionalmente, rondou, no início de 48 horas de paralisação, os 75%, indicou hoje o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Em declarações à Lusa, Cátia Nunes, dirigente do STAL Lisboa, adiantou que os trabalhadores da Empresa Municipal de Ambiente de Cascais (EMAC, detida pelo município e que atua sob a marca Cascais Ambiente) estão concentrados desde cerca das 03:30 à porta da empresa, em Alcoitão.
Os 75% de adesão referem-se aos três turnos das 20:30 de domingo e das 04:00 e das 06:00 de hoje, abrangendo, sobretudo, os trabalhadores da limpeza e higiene urbana.
Cátia Nunes reconheceu que muitos dos trabalhadores hoje em greve “fazem mais de 40 horas semanais” e referiu que dentro da empresa há “discriminação entre trabalhadores”, pois há alguns que fazem 35 horas.
Com a jornada de luta de 48 horas, os trabalhadores “exigem ser respeitados e a sua valorização profissional, reivindicando que a empresa celebre um Acordo de Empresa (AE) com o STAL, pondo termo a uma inaceitável espera de anos”, explicou a dirigente.
Pretende-se que este AE seja o “mais célere possível” e que seja contemplado “um horário de trabalho de 35 horas, cinco dias por semana, com dois dias de descanso consecutivos”.
Atualmente, na generalidade, os profissionais “trabalham seis dias da semana, sem qualquer compensação, e somente dispõem de um dia de descanso semanal”. Além disso, “não têm planos de carreira”.
São reclamados aumentos salariais dignos, além da progressão nas carreiras e a aplicação do suplemento de penosidade, insalubridade e risco.
Entre as reivindicações encontram-se também uma “regulamentação transparente” dos critérios de atribuição dos prémios de avaliação e o pagamento dos acréscimos remuneratórios devidos por prestação de trabalho suplementar aplicados antes das alterações ao Código do Trabalho em 2012.
No comunicado em que anunciava a paralisação, o STAL adiantava igualmente que estes trabalhadores recebem “um prémio mensal que não está regulamentado e que lhes pode ser retirado a qualquer momento, sem que se conheçam os seus critérios”.
A Lusa questionou a Câmara Municipal de Cascais, no distrito de Lisboa, sobre os argumentos do sindicato e a adesão à greve, mas ainda não obteve resposta.