Adiado arranque da central térmica a gás de Temane em Moçambique



O atraso na construção devido à tempestade tropical Filipo adiou o arranque de uma central térmica a gás, no sul de Moçambique, previsto até final de 2024, para meados deste ano, disse ontem fonte oficial.

O gestor do projeto da Central Térmica de Temane (CTT), Eucides Dgedge, explicou à Lusa que a passagem daquela tempestade, entre 11 e 12 de março, por Inhassoro, na província de Inhambane, resultou “em atrasos na obra e consequentemente no adiamento do comissionamento da CTT”, nomeadamente após a destruição em 50% do cais de apoio temporário.

Algo que tornou impossível “o transporte das restantes caldeiras” e provocou o encalhe da barcaça e do rebocador numa área a 20 quilómetros do cais temporário, “resultando assim em atrasos na obra e consequentemente no adiamento do comissionamento”, acrescentou.

“O comissionamento deverá iniciar entre o segundo e terceiro trimestre de 2025 e a nova data de arranque operacional da planta é dia 02 de fevereiro de 2026”, explicou Eucides Dgedge.

A Eletricidade de Moçambique (EDM), que está a implementar a CTT, juntamente com os restantes parceiros, anunciou anteriormente que a central deveria iniciar a operação comercial em janeiro de 2025.

Desta forma, o adiamento no comissionamento resulta, na prática, no atraso da data de operação comercial, que passa para fevereiro de 2026.

“O que consequentemente impacta o início da operação dos dois projetos que estão ligados ao projeto da CTT, nomeadamente a TTP [Projeto de Transição da Temane, sigla inglesa] e o PSA [Projeto de Partilha e Produção de Gás Natural]”, concluiu.

A CTT está orçada em 650 milhões de dólares (595,2 milhões de euros) e o Governo moçambicano espera que o projeto aumente cerca de 16% da capacidade instalada de produção de energia no país, beneficiando cerca de 1,5 milhões de famílias, no âmbito do Programa de Acesso Universal à Energia, até 2030.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a tempestade tropical severa Filipo entrou no continente em 12 de março, pelo distrito de Inhassoro, seguindo para sudoeste, nomeadamente Gaza e Maputo, com rajadas de vento de até 120 quilómetros por hora.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.





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