Afinal as árvores consomem mais dióxido de carbono do que se pensava, revela novo estudo
As florestas são muito importantes na regulação dos processos ecológicos. A sua destruição, além de contribuir para a extinção de espécies, aumenta os riscos associados às alterações climáticas.
Recentemente, uma equipa de biólogos da Universidade de West Virginia (WVU) descobriu que as árvores consomem mais dióxido de carbono (CO2) do que se pensava, e que a maneira como as árvores usam a água se alterou.
Ao analisar anéis de árvores de 1901 a 2015 de 36 espécies diferentes em 84 locais no mundo, a equipa descobriu que em 83% dos casos, o principal fator para o aumento da eficiência hídrica das árvores foi o aumento da fotossíntese.
Assim, os especialistas conseguiram perceber que o aumento de CO2 na atmosfera levou as árvores a usarem a água com maior eficiência, embora este aspeto varie conforme a temperatura e a precipitação atmosférica (o clima). Esta eficiência aumentou cerca de 40%, ao mesmo tempo o dióxido de carbono na atmosfera aumentou 34% – é de realçar que as mudanças se aceleraram a partir da década de 1960.
“Ao longo do século passado, a fotossíntese é na verdade a força motriz para o aumento da eficiência do uso da água pelas árvores, o que é um resultado surpreendente porque contradiz muitos estudos anteriores. Numa escala global, isto terá grandes implicações potencialmente para o ciclo do carbono se mais carbono estiver a ser transferido da atmosfera para as árvores”, explica Justin Mathias, um dos autores.
“O nosso trabalho mostra mais uma razão importante para preservar e conservar as nossas florestas e mantê-las saudáveis”, conclui Richard Thomas, reitor associado da WVU e autor do estudo.