Afinal, as lontras continuam a gostar do Sado



O Estuário do Sado continua a ser um dos habitats preferidos da lontra. Segundo revelou um estudo do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) em 47 locais, existem indícios deste animal através de pegadas nas zonas junto ao Sado. E dizemos indícios porque, já se sabe, não é fácil avistá-las no dia-a-dia.

Assim, explicam os biólogos do ICNB, enquanto a poluição avançou de forma contundente para a espécie em vários pontos do país, nas zonas húmidas do distrito a lutra lutra (lontra europeia) manteve-se estável.

“Para quem reside aqui é uma prova inequívoca de que ainda existem linhas de água com alguma qualidade, que permitem a nidificação desta espécie, numa altura em que a maior ameaça para a lontra europeia são os esgotos domésticos, os efluentes de fábricas de concentrado de tomate, lagares de azeite, pesticida e explorações mineiras”, explicou um dos técnicos do ICNB o jornal Região de Setúbal.

Também a destruição de vegetação ripícola, sobretudo a associada a acções de limpeza, extracção de inertes e aumento das áreas agricultadas, reduz as condições de abrigo nas margens, a alimentação e segurança da espécie, contribuindo também para as ameaças às lontras.

Recorde-se que o Plano Sectorial da Rede Natural, de 2000, aconselha que no caso de ataques regulares das lontras a pisciculturas, os proprietários deverão recorrer à implementação de dispositivos dissuasores, apostando em redes eléctricas, sinais sonoros ou presença de cães.

O objectivo é evitar o abate, captura e envenenamento da lontra. A preservação deste animal pode ainda passar pela restrição de agro-químicos mas também pela monitorização do estado ecológico dos cursos de água, principalmente em zonas onde predomina a cultura do arroz.





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