Afinal o espinafre não tornava o Popeye assim tão forte



Sabe-se agora que o amor aos espinafres do Popeye nasceu não mais do que de um erro matemático. Um cientista e matemático revelou que o conteúdo de ferro do espinafre foi mal calculado por um químico alemão que, durante os seus cálculos, perdeu um ponto decimal.

O erro viria a dar origem à criação de uma personagem obcecada pelo vegetal capaz de aumentar a sua força ao ingeri-lo. Samuel Arbesman fala agora no seu livro – The Half-life of Facts: Why Everything We Know Has an Expiration Date – da forma como os erros científicos podem originar mitos populares.

Em 1870, o químico alemão Erich von Wolf analisou a quantidade de ferro presente no espinafre e noutros legumes verdes. Mas ao anotar as descobertas, perdeu um ponto decimal, fazendo com que o teor de ferro do espinafre se tornasse 10 vezes mais generoso do que é na realidade. Quando existem 3,5 miligramas de ferro numa porção de 100 gramas, passou a aceitar-se que existiam 35 miligramas.

Por via deste erro, instaurou-se a crença de que o espinafre é excepcionalmente rico em ferro e que torna o corpo mais forte. Foi assim que os criadores do desenho animado Popeye, conscientes das supostas propriedades milagrosas do vegetal, o puseram a ingerir latas inteiras do legume para ter força.

Acredita-se mesmo que a personagem tenha impulsionado em um terço o consumo de espinafres nos Estados Unidos.

O erro de von Wolf foi corrigido em 1937, mas mesmo assim os espinafres continuam a ser conhecidos pelos seus elevados níveis de ferro.





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