África: Número de rinocerontes sobe 5,2% em 2022. Mas ameaça da caça furtiva mantém-se



No ano passado, o número de rinocerontes em África chegou aos 23.290 indivíduos, um aumento de 5,2% face a 2021. A estimativa foi avançada recentemente pelo grupo de especialistas em rinocerontes africanos da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Desse total, 6.487 são rinocerontes-negros (Diceros bicornis), espécie Criticamente em Perigo, uma subida de 4,2% face a 2021, e 16.803 são rinocerontes-brancos (Ceratotherium simum), espécie Quase Ameaçada, mais 5,6% do que no ano anterior. Este será o primeiro aumento das populações africanas de rinoceronte-branco desde 2012.

Rinoceronte-negro (Diceros bicornis).
Foto: farmgirl / Wikimedia Commons (licença CC BY 2.0)

Os especialistas consideram que a recuperação geral das populações africanas de rinocerontes se deve à implementação de medidas de proteção desse grupo de mamíferos no continente.

Apesar de o aumento da população desses animais ser visto como um passo positivo, os investigadores alertam que a caça furtiva, uma das principais ameaças à sobrevivência dessas espécies, continua a pressionar a sua recuperação. Os números apontam que pelo menos 561 rinocerontes terão sido mortos ilegalmente em 2022, um aumento face 2021 (501) e 2020 (503).

Rinocerontes-brancos (Ceratotherium simum).
Foto: Derek Keats / Wikimedia Commons (licença CC BY 2.0)

No entanto, os conservacionistas acreditam que estamos a assistir a uma queda da ameaça da caça furtiva de rinocerontes em África, que em 2015 atingiu um pico de 1.349 animais mortos ilegalmente.

A África do Sul continua a ser o país do continente africano com o maior número de indivíduos, embora 448 rinocerontes tenham sido vítimas da caça furtiva no ano passado, um decréscimo, ainda assim, face a 2021 (451). Na Namíbia, terão sido mortos ilegalmente 93 desses animais, uma subida face aos 47 do ano anterior, e no Quénia um rinoceronte foi caçado ilegalmente, comparativamente aos seis registados em 2021.

“Com estas boas notícias, podemos respirar de alívio pela primeira vez em décadas”, considera Michael Knight, responsável do grupo de especialistas da UICN, mas alerta que os esforços de conservação que têm vindo a ser feitos, e que permitiram estes resultados positivos, devem manter-se e ser reforçados. E diz que “não podemos baixar a guarda”.






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