África: poluição do ar já mata mais que a escassez de alimento



A poluição do ar já é responsável por cerca de 700 mil mortes em África todos os anos. Ela tornou-se uma das primeiras causas de morte no continente, lado a lado com a desnutrição e a má qualidade da água.

Os dados foram divulgados agora num estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), onde a instituição alerta que “entre 1990 e 2013 o número total de mortes anuais por poluição do ar – poluição por partículas ambientais, causados principalmente pelo transporte rodoviário, geração de energia e indústria – aumentou 36% atingindo mais de 250 mil pessoas. Durante o mesmo período, as mortes causadas pela poluição com origem em formas de energia domésticas poluentes, subiu 18%, prejudicando mais de 450 mil pessoas.”

Segundo avança o The Guardian, os números são impressionantes, atingindo já patamares considerados até há pouco impensáveis: anualmente, a má qualidade do ar em África mata já mais que a água contaminada (542 mil mortes) e a desnutrição (275 mil mortes). Como explicar então estes valores?

Os países africanos estão a ser confrontados com a poluição do ar, causada pela queima de madeira ou pelo carvão usado para cozinhar. Mas não é tudo. O enriquecimento e desenvolvimento do continente está a ser acompanhado par a par por uma massificação da electrificação, uma cada vez maior dependência de combustíveis fósseis e um aumento do tráfego rodoviário. Analisando este último ponto vemos que há cada vez mais carros no continente, modelos antigos, muito mais poluentes que as versões mais recentes. Só em 2007, a África importou cerca de 4,7 milhões de carros usados.

Para contrariar esta tendência, há já algumas organizações a trabalhar no terreno. É o caso da Fundação Good Planet, a trabalhar no Mali para reduzir de forma significativa a poluição do ar na zona. A instituição está a distribuir pelas comunidades locais tanques de biogás para produzir energia limpa, substituindo assim o carvão vegetal para cozinhar. Este e outros projectos desta fundação para conhecer aqui.

Foto: via Creative Commons 





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