Agência de energia atómica promete vigiar programa de submarinos ocidental
A Agência Internacional de Energia Atómica (AEIA) alertou hoje para os riscos de proliferação do programa de submarinos de propulsão nuclear lançado pelos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália.
“A longo prazo, a agência (AEIA) deve assegurar-se de que não surge qualquer risco de proliferação com este projeto”, disse o diretor geral do organismo das Nações Unidas, Rafael Grossi, através de um comunicado.
“As obrigações legais das partes envolvidas e as questões da não-proliferação são primordiais”, acrescentou.
Para fazer frente à República Popular da China no oceano Pacífico, Washington, Londres e Camberra lançaram uma aliança conhecida como AUKUS, que foi formalizada na segunda-feira.
A aliança foi anunciada há 18 meses e provocou indignação em França porque o Governo de Paris acabou por perder contratos de vendas de submarinos ao Estado australiano.
A nova aliança AUKUS prevê também a união de esforços para construção de uma nova geração de submarinos nucleares, na sequência da planeada aquisição de vários aviões pelo Executivo de Camberra.
A nova estratégia é considerada “perigosa” pelo Governo de Pequim.
No quadro do Tratado de Não proliferação Nuclear, os Estados Unidos e o Reino Unido, dotados de armas atómicas, devem informar a AIEA “sobre as transferências internacionais em matéria de energia nuclear” aos Estados que não têm as mesmas capacidades como é o caso da Austrália,
Assim, o Governo de Camberra deve estabelecer com a AIEA um “acordo especial” para usar equipamento e materiais nucleares, nomeadamente submarinos de propulsão nuclear, sublinhou Grossi.
“Este processo implica sérias e complexas questões jurídicas” disse ainda o diretor da AIEA que garante vigilância e verificação “em defesa da não proliferação”, de forma imparcial e com toda a “transparência”.
Neste sentido, os primeiros contactos entre a Austrália e Grossi vão ser plasmados num relatório que deve ser apresentado na próxima reunião da AIEA no mês de junho.