Agência nuclear da ONU ajudará a monitorizar descarga de água de Fukushima



A agência especializada da ONU para a energia nuclear anunciou hoje ter chegado a um acordo com o Japão para ajudar a monitorizar a descarga de água radioativa tratada da central destruída de Fukushima no oceano Pacífico.

O Governo japonês decidiu em abril começar a descarregar a água, cerca de dois anos depois de ter construído as instalações adequadas e de se ter munido de planos conformes com os protocolos de segurança.

A ideia de descarregar água radioativa tratada no oceano Pacífico tem contado com a feroz oposição de pescadores, residentes e vizinhos do Japão.

Tóquio pediu à Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) para verificar se os seus planos cumpriam as normas de segurança internacionais e para apoiar e estar presente durante operações de monitorização ambiental.

A AIEA, sediada em Viena, indicou que acordou agora os “termos de referência” com Tóquio e que deverá realizar a sua primeira missão de acompanhamento no Japão mais perto do fim do ano.

“A AIEA representará um papel fundamental na monitorização e acompanhamento da aplicação pelo Japão do seu plano. Como os olhos da comunidade internacional, os especialistas da AIEA poderão verificar que a descarga da água é feita de forma segura”, disse o diretor-geral da agência especializada da ONU em comunicado.

“Isto é de grande importância para tranquilizar as pessoas no Japão e noutros pontos do mundo, especialmente em países vizinhos, de que a água não representa qualquer ameaça para elas”, sublinhou.

A agência acrescentou que “o método de eliminação escolhido pelo Japão é não só tecnicamente exequível como está de acordo com a prática internacional”.

A água acumulada tem estado armazenada em tanques na central nuclear de Fukushima desde 2011, quando um forte sismo e um ‘tsunami’ danificaram os reatores e a água do sistema de arrefecimento ficou contaminada e começou a vazar. A capacidade máxima de armazenamento da central será atingida no final do próximo ano.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou em abril que a descarga no oceano era a opção mais realista e que descartar a água era inevitável para a desativação da central, que se espera leve décadas.





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