Agência para a gestão dos fogos defende melhorias na tomada de decisão



A Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) defende que é necessário “acelerar o investimento na prevenção” dos incêndios florestais e melhorar os processos de tomada de decisão devido ao aumento da área ardida este ano.

Estes dados constam do balanço ontem divulgado pela AGIF do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR) referente ao terceiro trimestre de 2024 e que tinha sido apresentado, a 05 de dezembro, à Comissão Nacional para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.

A AGIF indica que, até ao final de setembro, o número de ocorrências registou uma redução expressiva de 68% face à média de 2001-2023, “refletindo o impacto das medidas de prevenção e da sua implementação coordenada entre as várias entidades”.

No entanto, a área ardida aumentou 18%, em período homólogo, devido aos incêndios de setembro, invertendo a tendência positiva dos trimestres anteriores.

“Com um aumento da área ardida de 18% face à média no período homólogo de janeiro a setembro de 2001-2023, é crítico superar as debilidades identificadas e concretizar as melhorias já sinalizadas, também no âmbito da supressão e nos processos de tomada de decisão”, refere a agência liderada por Tiago Oliveira.

A AGIF considera também que devido “à raiz socioeconómica do fenómeno e a sua complexidade – com a necessidade de intervenção de diversos agentes” – deve ser dada importância a “uma abordagem integrada, colaborativa e do reforço do investimento na prevenção que se foque nas causas (educação e gestão da vegetação) em detrimento de respostas focadas apenas no reforço e prontidão de recursos materiais”.

Para a AGIF, a aposta nos meios de combate é uma solução “mais fácil e imediatamente visível”, mas é “normalmente muito dispendiosas, tem um baixo impacto operacional e um baixo retorno económico para o país”.

Segundo a AGIF, até ao final de setembro foram investigadas 4.210 incêndios, 39% dos quais tiveram como causa a negligência, 27% desconhecida e outros 27% intencional, 5% reacendimentos e menos de 1% de origem natural.

No ponto de situação do SGIFR, a AGIF destaca os avanços na reconversão da paisagem e no redimensionamento da propriedade rústica, evidenciando o compromisso com os objetivos estratégicos definidos.

O programa plurianual de gestão de combustível (vegetação) registou 68% de execução, intervencionado cerca de 44 mil hectares, refere aquele organismos, dando conta que o programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, executado pelos municípios, foi expandido para 2.346 aglomerados, com 991 planos de evacuação elaborados e 2.996 locais de abrigo identificados, “reforçando a capacidade de autoproteção das comunidades”.

No âmbito da vigilância, a AGIF indica que a mobilização de recursos “foi robusta, envolvendo milhares de profissionais”, nomeadamente equipa de sapadores, militares e GNR, complementados por sistemas de vigilância aérea e terrestre, para uma cobertura das áreas críticas.

A AGIF realça ainda os progressos no Programa Nacional de Ação e a consolidação do caminho que vem sendo seguido desde 2017 no seguimento das recomendações das Comissões Técnicas Independentes, e identifica novas oportunidades para otimizar a gestão de recursos, a prevenção e o reaproveitamento de sobrantes florestais.





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