Agricultura vertical: será este o futuro da produção alimentar?
Um antigo estádio a 45 minutos do centro de Manhattan, em Nova Iorque (EUA), foi convertido na maior plantação vertical do mundo, enfrentando a crise global de alimentos. O espaço acolhe agora plantações de rúcula, couve, agrião e outros legumes de folha verde que crescem do chão até ao tecto numa plantação de alta tecnologia com 6.500 metros quadrados.
A Aerofarms, empresa com 12 anos responsável pelo projecto, está a levar o conceito de agricultura urbana para um novo patamar. Nesta quinta ninguém suja as mãos e os alimentos são cultivados em condições controladas, sem luz solar ou solo. Ao invés, as plantas são aspergidas com uma névoa aeroponica altamente eficiente e iluminadas com luzes LED que possibilitam a fotossíntese.
A Aerofarms quer transformar a agricultura e levá-la para onde o consumidor está. “A nossa missão é construir quintas em cidades em todo o mundo”, disse recentemente David Rosenberg, director-geral da empresa, ao The Huffington Post, aqui partilhado pelo Protege o que é bom.
Globalmente, é cada vez maior o número de pessoas que vivem em áreas urbanas, e estima-se que em 2050 duas em cada três pessoas vivam em cidades. A agricultura vertical é uma forma de aumentar a produção de alimentos para as populações urbanas em crescimento, sem ter de os transportar a longas distâncias.
De acordo com os cálculos de Aerofarms, o seu sistema aeroponico, um processo de cultivo de plantas em névoa e sem solo, requer significativamente menos água do que a agricultura convencional. Garante até 30 colheitas por ano e não são necessários pesticidas ou fertilizantes.
As desvantagens? Tem um consumo de energia elevado e não é adequado para a produção de cereais, tubérculos e muitos outros vegetais. É um modelo dispendioso, e até agora a Aerofarms cultiva apenas ervas e plantas de alto valor de modo a torná-lo comercialmente viável. Mas a empresa tem apoio financeiro para continuar a desenvolver o conceito. Como explica David Rosenberg ao Huffington Post: “Estamos a construir a infra-estrutura não para criar uma, duas ou três quintas, mas para construir 20, 30 ou 50″.
Foto: Aerofarm Facebook