Água vai subir 16% em Vila Real de Santo António



O tarifário de água em Vila Real de Santo António vai ter um aumento de 16%, após uma negociação entre a Câmara e a empresa concessionária do serviço que evita uma subida de 50%, anunciou ontem a autarquia.

“O município de Vila Real de Santo António e a empresa Águas de Vila Real de Santo António (AdVRSA) chegaram a um acordo para a revisão da tarifa de abastecimento de água. O novo tarifário refletirá um aumento de apenas 16%, um valor significativamente menor do que os 50% inicialmente previstos no contrato”, congratulou-se a autarquia algarvia num comunicado.

A Câmara de Vila Real de Santo António explicou que em causa está um “reajuste tarifário” que vai “exclusivamente incorporar o valor da inflação, conforme dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)”, afastando o cenário de um aumento que deveria ter sido aplicado desde 2020 e que, em 2024, chegaria aos 50%.

“Nos termos do contrato, a tarifa deveria ter sido atualizada anualmente desde 2020 e seria agora cerca de 50% mais cara. Não sendo possível à empresa continuar a manter o tarifário sem, pelo menos, incorporar a inflação, a empresa chegou a este acordo com o município, permitindo poupanças expressivas para os consumidores”, esclareceu.

A revisão do tarifário acordada com a empresa concessionária do abastecimento de água implicará um aumento de “apenas oito cêntimos por metro cúbico”, destacou o presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Álvaro Araújo, citado no comunicado.

“Este valor não será significativo para quem tem consumos normais”, considerou, frisando que o acordo alcançado permite “minimizar o impacto financeiro nas famílias do concelho”, ao evitar uma subida mais acentuada da tarifa.

O contrato em vigor com a AdVRSA foi celebrado pelo anterior executivo do PSD, com base numa decisão tomada em 2016, que foi depois “formalizada em 2018 e operacionalizada a partir de 2020”, recordou o atual executivo autárquico, de maioria PS.

A Câmara algarvia frisou que o “contrato incluía, além do valor da retribuição ao município, regras para a atualização extraordinária do preço da água e dos restantes serviços nos primeiros sete anos, incluindo as taxas de saneamento”, e considerou que esses valores iriam “onerar e sobrecarregar os munícipes de forma incomportável” se fossem aplicados de forma integral.

“Caso não se tivesse chegado a este acordo, a falta de atualização das tarifas ao longo dos anos teria levado a um aumento de cerca de 50% em 2024. Além disso, haveria um montante superior a quatro milhões de euros em indemnizações compensatórias pelo incumprimento contratual”, argumentou o presidente da Câmara.

O município enalteceu o “investimento significativo” que a concessionária do serviço de abastecimento de água tem feito ao longo dos últimos cinco anos na otimização da gestão hídrica e na poupança de água, introduzindo “melhorias operacionais e de eficiência” como a criação de zonas de medição e controlo de caudal e pressão, campanhas de deteção de perdas reais ou a substituição de contadores, entre outras.

“Paralelamente, a AdVRSA tem investido em inovação tecnológica, implementando um ‘software’ de Gestão de Performance de Redes para a deteção e reparação célere de fugas, bem como a implementação da telemetria doméstica”, acrescentou o município do Algarve, região que se debate com a seca e onde estão a ser aplicadas medidas de restrição de consumos para evitar desperdícios de água, como o combate às perdas na rede.





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