Ainda não foi desta que a Comissão Europeia votou proibição do herbicida glifosato



A votação estava marcada para o passado dia 25 de Outubro, mas confrontada com a hipótese de chumbo, a Comissão Europeia suspendeu a votação. Em causa estava a renovação da licença para o químico glifosato, um dos componentes do herbicida Roundup, da Monsanto. A actual licença do polémico herbicida expira no final de 2017, o que tem acentuado o debate em torno do glifosato.

A questão não é de todo consensual. No início de 2017, a Organização Mundial de Saúde deixava o alerta: o glifosato pode causar cancro. No entanto, pouco tempo depois surgiam novos estudos da Agência Europeia para a Segurança Alimentar e de alguns organismos públicos internacionais garantindo a segurança para a saúde pública. Recentemente a questão tornou-se ainda mais complexa, com investigações jornalísticas a denunciarem um novo estudo feito pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (AESA), onde a segurança do produto estava atestada. Problema? Alegadamente era possível ler várias frases copiadas de um estudo originalmente feito pela Monsanto.

Uma questão torna-se assim fundamental: é ou não seguro a utilização do herbicida glifosato? Para alguns deputados do Parlamento Europeu a resposta é negativa, com vários membros a defenderem restrições sérias ao uso deste químico já a partir de 2018 e uma proibição total em 2022.

Também a sociedade civil tem demonstrado preocupação e desagrado com o uso herbicida glifosato. 84% dos italianos, 81% dos cidadãos gregos, 80% dos alemães, 79% dos franceses e 77% dos portugueses são contra a utilização do glifosato e a favor de uma proibição imediata, segundo uma sondagem revelada recentemente. “Os europeus estão fartos do glifosato e disseram isso de forma clara e inequívoca”, declarou David Norton, responsável pelo movimento SumOfUs.

Lançada no inicio do ano, a petição contra o uso de glifosato conta já com mais de um milhão de assinaturas. Com o objectivo de conseguir banir o glifosato do espaço europeu e reformar o processo de aprovação de pesticidas no âmbito da EU, os criadores da petição esperam alcançar em breve os dois milhões de assinaturas.

Foto: via Creative Commons





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