Alasca coberto por toneladas de lixo, principalmente de plástico
O sudoeste do Alasca, nos Estados Unidos, foi palco de uma expedição destinada à recolha do lixo depositado nas praias. Organizada pelo Alaska SeaLife Center e pelo Anchorage Museum, a iniciativa englobará uma exposição com os desperdícios recolhidos e as descobertas científicas feitas. O nome da expedição – GYRE – deve-se ao facto de a maior parte do lixo circular no Giro Pacífico Norte e da mensagem que se quer veicular: o que vai volta.
O Alasca é a última esperança de lar para centenas de espécies de aves, peixes e mamíferos que se viram expulsos dos seus lugares mais a sul dos Estados Unidos, devido à aglomeração humana e à destruição dos habitats. O estado tem agora a maior concentração de salmão que resta no país, por exemplo.
O lixo mais problemático encontrado pelos exploradores foi, sem dúvida, o plástico. Em Hallo Bay, no Katmai National Park, a equipa retirou uma tonelada de resíduos por milha.
Aí, o plástico causa danos e sofrimento reais. Antes de chegar às praias, ele condena focas, tartarugas, peixes e aves marinhas que morrem emaranhados nos destroços ou como consequência de o comerem e darem como alimentos às suas crias. Os exploradores viram todas estas criaturas em apuros devido ao lixo.
O plástico é claramente um problema no mundo. Uma das suas principais características é que resiste a ser metabolizado por bactérias ou a ser quimicamente degradado. Ele não desaparece, apenas vai ficando mais pequeno. Os animais comem-no – e mesmo já do tamanho de moléculas, ele continua a ser plástico. Têm sido encontrados polímeros plásticos até mesmo na circulação sanguínea de mexilhões.
Se, por um lado, alguns plásticos não são tóxicos, outros têm aditivos tóxicos, como o chumbo e metais. Na expedição, foram encontrados ambos os aditivos em algumas das amostras testadas, revela um biólogo marinho no Environment 360.
A postura correcta para lidar com este problema começa com as nossas escolhas pessoais no que diz respeito ao reaproveitamento e à reciclagem. Mas essa não é a solução. A solução está no desenvolvimento de uma nova criação de materiais cuja trajectória de vida útil seja dimensionada para o seu uso e cujo destino na natureza esteja devidamente programado para a sua função.