Alfarroba, o biocombustível que vem do Algarve (com VÍDEO)
Um projecto da Universidade do Algarve (Ualg) está a utilizar os resíduos do fruto da alfarrobeira para produzir etanol, uma iniciativa que aproveita o facto de serem produzidas 55 mil toneladas de alfarroba por ano, na região algarvia.
A alfarroba tem várias utilizações: farinha, indústria têxtil e farmacêutica e ração animal. Agora, o fruto da alfarrobeira pode ser também combustível. “Urge, no nosso País, que se comece a trabalhar para a primeira biorefinaria a partir de resíduos. E a alfarroba aparece como uma matéria-prima excelente”, explicou ao Economia Verde a professora Maria Emília Costa, responsável científica da Universidade do Algarve.
Há três anos que o laboratório de biotecnologia ambiental da Ualg está a trabalhar na fermentação dos restos de alfarroba num processo químico, para no final extrair álcool. O processo de fermentação, como se sabe, é muito antigo. O que a Ualg está a fazer é arranjar uma matéria-prima nova – os resíduos industriais da polpa de alfarroba, aquilo que a indústria não aproveita – e fazer a transformação do açúcar existente na polpa em álcool.
O projecto recebeu perto de €150 mil de fundos comunitários e, de acordo com os investigadores da Ualg, pode ser rentável. “Queremos que este biocombustível aditive a gasolina, em 10%, até 2020”, explica Maria Emília Costa, que garante que, a partir de 25 mil metros cúbicos de etanol, o processo fica com viabilidade económica.
O trabalho está praticamente concluído – falta patentear e encontrar um investidor –, mas a equipa de investigadores já tem uma outra ideia: misturar alfarroba com soro de queijo, um projecto que terá, certamente, um futuro internacional.
Veja o episódio 55 do Economia Verde.