Alimentação das crianças é impulsionada pelo que não gostam (e não pelo que gostam)
Um estudo revela que as crianças não comem os alimentos que não gostam, e que esse fator é mais forte do que o pensamento de que comem apenas o que gostam, o que acaba por se refletir na sua alimentação. As escolhas alimentares de cada criança são influenciadas pelos pais e colegas, pelo que, é importante ter em conta a perceção transmitida sobre cada alimento durante o seu crescimento.
Foram realizadas duas sessões no Laboratório de Comportamento Alimentar Infantil da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde se serviram vários alimentos a crianças entre os 4 e os 6 anos – uvas, brócolos, tomate cereja, nuggets de frango, batatas fritas, ketchup, bolachas, sumo de fruta e leite.
Antes de comerem, cada uma mencionou o seu gosto por cada um dos alimentos, numa escala de satisfação – Muito mau, Mau, Mais ou Menos Mau, Mais ou Menos Bom, Bom e Muito Bom. De seguida, as crianças comeram livremente a refeição e os investigadores analisaram todos os fatores.
Os resultados indicaram que não há uma relação forte entre o gostar e a ingestão desses alimentos. No entanto, há uma forte relação entre o não consumo dos alimentos que disseram não gostar.
“Elas captam o que é dito à mesa sobre quais são os alimentos bons e, embora isso possa não fazer com que as crianças os comam, elas estão a absorver tudo, e isso está a afetar as suas perceções sobre os alimentos”, afirma Kathleen Keller, investigadora que coordenou o estudo. “O leite é um bom exemplo disso – para algumas famílias, pode haver um efeito de prestígio à volta do leite para a saúde. As crianças aprendem desde cedo que beber leite lhes dará um corpo forte, por isso podem beber leite mesmo que não seja a sua bebida favorita.”