Alterações climáticas: jovens pedem mais ação porque “em Portugal não está a ser feito nada”
Organizadoras da ação pelo clima que hoje decorreu em Lisboa pediram ao Governo mais ações no combate às alterações climáticas, porque “em Portugal não está a ser feito nada” para criar uma nova economia.
“Em Portugal não está a ser feito nada”, disse à Lusa Leonor Veríssimo, porta-voz do movimento Greve Climática Estudantil, uma das principais entidades organizadoras de uma manifestação que decorreu em Lisboa, em defesa de uma nova política climática.
A jovem classificou de “contradição” o facto de o primeiro-ministro ter convidado António Costa Silva, presidente de uma empresa petrolífera, para redigir um plano de retoma económica, e acrescentou: “precisamos de ação climática no mundo, precisamos de travar as alterações climáticas”.
Bianca de Castro, também porta-voz do movimento de jovens, salientou à Lusa que a ação de hoje, a par de outras 3.000 que aconteceram por todo o mundo, serviu para chamar a atenção para uma crise climática que o mundo enfrenta mas também uma crise de saúde pública e uma crise económica, “todas com a mesma raiz” e que demonstram as fragilidades do sistema de vida atual.
“Estamos aqui para mostrar que a justiça climática também é justiça social, e que no fundo estamos a lutar pela vida de todos nós”, disse Bianca de Castro no decorrer da manifestação, que levou centenas de jovens a percorrer uma das principais ruas da capital (Avenida da Liberdade) a exigir mais ação e “justiça climática”.
Como Leonor Veríssimo, Bianca de Castro também considerou que se fala muito da crise climática mas que é preciso mais ação, sendo esse o principal objetivo da manifestação, exigir “ações urgentes e concretas”.
E exigir, como acrescentou Leonor Veríssimo, a requalificação profissional dos trabalhadores que sejam despedidos de indústrias poluentes, como os que saírem da central termoelétrica de Sines, no sul do país, que vai encerrar até final do ano.
A manifestação pelo clima de hoje em Lisboa juntou centenas de pessoas, convocadas por várias associações mas especialmente pelo movimento Greve Climática Estudantil, criado por inspiração na jovem ativista sueca Greta Thunberg, que iniciou sozinha uma greve às aulas às sextas-feiras para exigir do Governo ação contra as alterações climáticas.
As ações de hoje, ao contrário de outras já realizadas no passado, não implicaram uma greve de estudantes mas tiveram o mesmo objetivo, a exigência de um planeta saudável.