Alterações climáticas levam produção vinícola para Suécia, Inglaterra, China ou Tasmânia



As regiões vinícolas estão a mudar por todo o mundo – e de forma acelerada. As mudanças climáticas estão hoje a permitir que lugares como a China e a Tasmânia se tornem nos próximos pólos dos vinhos tintos e brancos. Na verdade, até mesmo as produtoras de champanhe estão a começar a olhar para o sul da Inglaterra como locais propensos à alocação de vinhas.

Tal como o café, as uvas são sensíveis às mudanças de clima – uma estação com a temperatura errada pode ter efeitos dramáticos na produção desse ano. Segundo o Foodie Underground, os produtores de vinho devem dar, desde já, início a planos e práticas de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Isso inclui vinhas tolerantes à seca e que exijam menos irrigação ou seguir as práticas biodinâmicas que estão em maior sintonia com os ciclos naturais.

O vinho é uma grande indústria, pelo que não é surpresa que novas regiões já estejam a ser exploradas. Contudo, esta tendência tem um custo: muitas das novas regiões vinícolas são já frequentemente associadas a importantes habitats para a vida selvagem – vida selvagem essa que tem exigido um constante esforço de protecção. Yellowstone, nos Estados Unidos, é o principal suspeito, com a sua produção de vinho a acontecer no mesmo local de migração do urso cinzento.

De acordo com a associação sueca de vinicultores Svenska Vinodlare, já existem 40 vinhas na Suécia – e se as regiões vinícolas reagirem, como é esperado, às mudanças climáticas, podem surgir muitas mais nas próximas décadas. Enquanto a Suécia favorece destas alterações, outros vão ser prejudicados com elas. Mesmo as regiões que conseguem lidar com a mudança nos padrões climáticos, não vão conseguir criar vinhos iguais aos de outrora.

“A mudança climática vai gerar vencedores e vencidos entre as regiões vinícolas e para cada região isso resultará em mudanças no álcool, ácido, açúcar, taninos e cor do vinho”, disse o cientista climático Antonio Busalacchi, da Universidade de Maryland. Isto significa que o vinho tenderá a ser diferente em todo o lado, por via dos fenómenos climáticos.

Estas descobertas são desconcertantes e funcionam como uma razão adicional para optar pelo consumo de vinhos de produtores que respeitem a terra e o habitat onde trabalham.

Talvez esteja na hora de começar a guardar as garrafas dos vinhos mais emblemáticos, para degustar nos dias em que passem a ser definitivamente uma coisa do passado.





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