Amazónia: Mês passado pode ter sido o julho com a menor área desflorestada desde 2015
No passado mês de julho, a área da Amazónia desflorestada foi de cerca de 232 quilómetros quadrados, uma redução significativa face aos 1.486,71 quilómetros quadrados registados no mesmo mês de 2022.
As estimativas são do DETER, o sistema de monitorização de desflorestação por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o organismo subordinado ao governo federal brasileiro que se dedica à exploração e investigação espacial.
Segundo os dados disponibilizados online, que se estendem de 2015 a 2023, a maior desflorestação foi registada nesse período foi em julho de 2019, mês em que terá sido perdida uma área de floresta amazónica de 2.255 quilómetros quadrados. Por isso, o passado mês de julho foi o julho com a menor área de floresta perdida dos últimos oito anos.
Segundo relata do ‘The Guardian’, Marina Silva, ministra brasileira do Ambiente, afirmou que a área exata de desflorestação nesse bioma do Brasil deverá ser apresentada em breve, mas tudo aponta para um decréscimo expressivo de floresta destruída.
No final da semana passada, a governante esteve presente na reunião dos ministros do Ambiente do G20, que decorreu em Chennai, na Índia. Silva alertou que, para combater a degradação do planeta, “é preciso combater as causas e não somente os efeitos, reduzindo drasticamente as principais fontes de emissão”.
Para a ministra brasileira “não há mais dúvidas” de que “já estamos a viver num mundo de múltiplas crises: da mudança do clima, da perda da biodiversidade, da poluição da água, do aumento da desigualdade, da pobreza, da fome e da violência”.
Falando para os seus pares, declarou que “temos o compromisso ético e civilizacional de combater essas crises de forma transversal e integrada”, salientando que “temos de agir para nos adaptar, pois já estamos a viver num mundo em que parte significativa da humanidade e dos ecossistemas estão a ser devastados por eventos climáticos extremos”.
Marina Silva destacou a importância da implementação de sistemas de alertas precoces e do reforço da capacidade dos governos para conseguirem responder a desastres naturais. Lamentando que “poucos são os países que estão implementando políticas consistentes”, avisou que “no ritmo atual, ultrapassaremos 1,5 grau de aquecimento por volta de 2030”.
A ministra reiterou o compromisso da Presidência de Lula da Silva para eliminar a desflorestação da Amazónia até ao final da década, avançando que “nesses primeiros seis meses de governo do presidente Lula, a área sob alertas de desmatamento na Amazônia caiu 33,6% em relação ao mesmo período do ano anterior”.