Ambientalistas alertam para aumento do eucaliptal na serra do Montejunto



A associação ambientalista de Alenquer Alambi alertou hoje para o aumento da área de eucalipto na área protegida da Serra do Montejunto e pediu que seja rastreada a legalidade das plantações dessa espécie.

“A invasão por eucaliptos constitui o maior problema de Montejunto”, alertou a Alambi, no âmbito do respetivo Plano de Gestão da Zona Especial de Conservação (ZEC), que está em consulta pública até ao final deste mês.

Dados do plano citados pela associação revelam que, em 2018, os eucaliptos ocupavam uma área de 865 hectares, cerca de 22,58% da área total da ZEC, “quase nove vezes mais elevada do que a média nacional da Rede Natura” e “mais do dobro da média do país”.

Apesar de ser Rede Natura 2000 e Paisagem Protegida, a Serra do Montejunto aumentou em 42,6 hectares a área de eucaliptos em 23 anos, segundo a associação.

A Alambi questionou a legalidade das plantações de eucaliptos, lembrando que o concelho do Cadaval, onde se localiza a maior parte da ZEC, atingiu “há muito” a área autorizada e que o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (INCF) interditou a sua plantação ou replantação dentro da Rede Natura 2000 desde 2018.

Por isso, a Alambi propõe que o ICNF comece por rastrear a legalidade das plantações realizadas e atualize o cadastro da ZEC para identificar os proprietários das parcelas, para minimizar o risco de incêndio se vierem a ser abandonados ou quando forem arrancados ou reconvertidos.

Segundo a associação, devem ser definidas medidas para a reconversão dos eucaliptais quando chegarem ao fim da sua vida, o que não está previsto no plano.

A Alambi defendeu que é “insuficiente” a área de 46 hectares da floresta de folhosas autóctones e propõe que seja aumentada, recomendando que seja cumprido o Plano de Arborização do Perímetro Florestal da Serra de Montejunto (1957), que apontava para 554 hectares.

A Serra do Montejunto, nos concelhos de Alenquer e do Cadaval, câmara do distrito de Lisboa que dividem a direção da comissão da paisagem protegida com o ICNF, foi classificada como paisagem protegida de âmbito regional em 1999, com os objetivos de conservar e valorizar a paisagem e o património natural e promover ali o turismo.

Ponto mais alto da região Oeste, eleva-se a 666 metros de altitude e possui uma área de quase cinco mil hectares, onde existem 400 espécies de plantas e 75 espécies de aves diferentes.






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