Análise GS: um fim-de-semana de muita chuva, boas notícias e 1820 novos empregos



Para além da chuva, este fim-de-semana trouxe a Portugal duas boas notícias relacionadas com a criação de emprego. Boas notícias, sobretudo, para a Covilhã e Moncorvo.

A cidade serrana irá acolher o novo centro de dados da Portugal Telecom (PT), um investimento de 90 milhões de euros e que, de acordo com a empresa, irá criar 1400 postos de trabalho.

Para além de ser excelente notícia para a economia local, este é um projecto muito ambicioso para a Covilhã e PT. Segundo a imprensa portuguesa, este será um dos maiores Data Center do mundo, um projecto que estará em funcionamento no final de 2012 e que será suportado por uma rede de comunicações de fibra óptica de alto débito, que o ligará às principais redes mundiais de comunicações.

Projectado por Carrilho da Graça, o espaço terá 75.550 metros quadrados e vai conseguir albergar 50 mil servidores com 30Pbytes – o suficiente para guardar 75 milhões de filmes em alta definição, 14 mil milhões de fotografias ou três mil milhões de músicas.

Em Moncorvo, Trás-os-Montes, a população local está expectante com a possível vinda da gigante Rio Tinto para a vila. Em causa está a exploração de ferro nas minas locais, um investimento cifrado em mil milhões de euros e que pode significar a criação de 420 empregos.

À Agência Lusa, que foi medir as reacções da população local, os moncorvenses afirmaram o seu entusiasmo. O tema dominou as conversas de jardim, café e restaurantes e está a ser visto como uma boa notícia para a região.

“Já estávamos ao corrente do que estava a passar, até porque era comum nos últimos dois anos ver por aqui pessoas que andavam a fazer prospecções na antiga Ferrominas, e sempre afirmaram que algo iria mudar na região”, disse à agência Lusa, José Costa, habitante do Carvalhal.

Moncorvo e Covilhã, duas regiões do quase-sempre-esquecido interior português, vêem este tipo de investimentos como autênticas bolsas de salvação da economia local. A galvanização da economia local seria automática – e não apenas pelo número de empregos directos criados.

Numa altura em que a crise económica, já por si amiga de longa data do interior português, se acerca das principais cidades do litoral, são notícias como estas que nos fazem pensar que o futuro é ligeiramente mais animador do que o pintam.

É preciso um novo dinamismo empresarial, que fixe as populações e crie um ciclo económico virtuoso, independente e empreendedor. E são por vezes estes investimentos que mudam toda uma paisagem económica local e evitam a desertificação e implosão social do interior esquecido.





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