Análise: países continuam a investir na economia verde, com ou sem acordo global nas alterações climáticas

A quatro dias do início do COP17, a Cimeira do Clima de Durban, na África do Sul, as conversações continuam mornas, ao contrário das temperaturas globais, que continuam a aquecer a um ritmo sem precedentes.
Apesar de tudo, a maior parte dos países que lideram as emissões de gases com efeito de estufa têm tomado, nos últimos 24 meses – desde a Conferência de Copenhaga – várias decisões estratégicas para uma mudança para a chamada economia verde.
Inspirados pelo Financial Times, deixamos-lhe aqui as principais decisões, em termos de alterações climáticas, tomadas pelos países mais industrializados.
Alemanha. Depois da tragédia nuclear de Fukushima (Japão) e de meia dúzia de ziguezagues, o Governo de Angela Merkel decidiu finalmente encerrar todas as centrais nucleares até 2022. O país prevê ainda que, em 2020, 35% de toda a electricidade seja produzida através de energias renováveis.
China. Pela primeira vez, o gigante asiático admitiu que iria colocar objectivos para a redução de emissões de CO2. O país está ainda a trabalhar num esquema piloto para um comércio de licença de emissões.
Coreia do Sul. O país está a ultimar um programa de licença de emissões para fábricas que produzam mais de 25 mil toneladas de CO2 por ano.
Estados Unidos. O estado da Califórnia, um dos principais poluidores do mundo, adoptou formalmente um comércio de licença de emissões.
Indonésia. Foi aprovada uma moratória de dois anos para novas permissões de desflorestação de florestas primárias.
Austrália. Foi finalmente aprovada – com polémica – a taxa de carbono. O programa de licença de emissões entrará em vigor em 2015.
África do Sul. Foi publicado um Livro Branco com detalhes para uma transição para a economia verde.
Marrocos. Foram aprovados os planos para a construção de um complexo solar de 500 MW. Numa primeira fase, este complexo irá reduzir as emissões de CO2 em 240 mil toneladas por ano.
Brasil. Foram aprovadas novas leis para a gestão sustentável dos terrenos agrícolas e implementadas novas políticas nacionais para as alterações climáticas.
México. Foram publicadas novas leis para as alterações climáticas.
Reino Unido. O chamado “Orçamento Carbono”, que tem o objectivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 50%, a partir de 1990, até 2027, foi aprovado.
Fonte: FT, Green Savers