Angola: nova fábrica de aço vai reciclar armas e tanques de guerra



De 1975 a 2002, Angola viveu uma das mais longas Guerras Civis da História, um cenário que deixou o país coberto de minas antipessoais mas também de tanques, sucatas de metal a armas.

Agora, de acordo com a CNN, a empresa de Luanda K2L Capital está por trás da maior fábrica de aço do país, que irá utilizar este metal e armas em fontes primárias de matéria-prima. Inaugurada em Dezembro na Barra de Dande, norte do País, a fábrica – ADA – motivou um investimento de €275 milhões e faz parte da estratégia do País em diversificar a economia, agora que preços do petróleo desceram drasticamente.

“A ADA faz parte do caminho de diversificação económica que trará uma nova dinâmica à indústria de Angola”, explicou o responsável máximo pela K2L, Georges Choucair. De acordo com o responsável, a fábrica poderá levar o país a poupar entre €185 milhões e €275 milhões em reservas de moeda estrangeira, ajudando-o a importar menos aço.

Com uma capacidade de meio milhão de toneladas de aço por ano – mais do que o suficiente para satisfazer a procura do país e ainda exportar – a fábrica recolhe uma quantidade significativa de sucata de metal para reciclar em vergalhões de aço, necessários para a indústria da construção.

Em entrevista à CNBC, a directora-geral de mercados emergentes da Roubini Global Advisors, Rachel Ziemba, afirma que apostar no mercado do aço poderá não ser o melhor caminho para resolver a maioria dos problemas económicos de Angola – existe um excesso de aço no mundo, o que empurra os preços para baixo e pune as exportações. Tal como na indústria do petróleo, na verdade. “Aumentar o número de infra-estruturas e melhorar o capital humano poderá ser uma melhor solução para diversificar”, explocou.

No entanto, não deve ser descurado a importância da reciclagem na perspectiva económica do país. Sobretudo quando ela poderá fazer esquecer algumas das feridas físicas da guerra.





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