Animais marinhos estão cada vez maiores
Os animais marinhos estão cada vez maiores, de acordo com um estudo publicado hoje na revista Science e que analisou 17.208 animais. Segundo a equipa liderada por Jonathan Payne, da Universidade de Stanford, o estudo demonstra que, em muitos casos, a evolução pode ser prevista, sobretudo em termos de tamanho corporal futuro do animal.
No século XIX, o paleontólogo Edward Cope formulou uma teoria que indica que o tamanho dos corpos dos animais terrestres, como os cavalos, normalmente aumenta com o tempo. Desde então, muitos cientistas têm tentado testar a regra de Cope noutros grupos de animais, mas as conclusões têm sido diversas.
Assim, os corais e os dinossauros parecem seguir a regra de Cope – mas os insectos e aves não. Agora, naquele que foi um dos maiores estudos sobre a evolução do tamanho corporal dos animais marinhos, cientistas de Stanford descobriram que a regra de Cope é verdadeira: as linhagens de animais tendem a evoluir para tamanhos maiores com o tempo.
“Há algum tempo que sabemos que os maiores organismos de hoje são maiores que [os seus antepassados] que estavam vivos na altura em que a vida na Terra começou”, explicou Payne.
Até agora, não se sabia se o tamanho médio dos animais tinha mudado com o tempo e, se sim, se isso reflectia uma tendência. “Não é algo que saibamos por estudar organismos vivos ou possamos extrapolar por o que vemos em escalas temporais pequenas. Se o fizermos, provavelmente estaremos errados sobre a taxa e, possivelmente, direcção”, explicou Payne.
O estudo revela que os animais marinhos estão a aumentar de tamanho há 542 milhões de anos. E dá um exemplo: “É a diferença entre um ouriço-do-mar medir cinco centímetros ou 30 centímetros”, explicou Noel Heim, da equipa de Payne. “Pode não parecer muito, mas isso já representa um salto enorme”.
Foto: S. Rae / Creative Commons