Ano de 2021 foi o terceiro com maiores perdas económicas devido a eventos climáticos
No ano de 2021 registaram-se mais de 300 mil milhões de euros de perdas económicas, sendo que 288 mil milhões foram associados a eventos climáticos. Estes dados fazem do último ano o terceiro com mais perdas económicas associadas a este fator, mas também o quarto ano em que estes superaram a linha dos mil milhões de dólares em perdas, o que revela o crescente custo e gravidade dos eventos.
Os resultados são divulgados no relatório global “2021 Weather, Climate and Catastrophe Insight” da Aon, empresa líder mundial de serviços profissionais nas áreas de risco, reforma e saúde. O documento apresenta os principais números do impacto dos desastres naturais a nível económico em 2021, nomeadamente, cheias, incêndios florestais, terramotos e ciclones tropicais.
Entre os eventos climáticos que mais causaram perdas económicas estão, o Fucarão Ida nos Estados Unidos e nas Caraíbas, que resultou na perda de mais de 65 mil milhões de euros, as cheias na Europa Ocidental e Central, que levaram a perdas de 39 mil milhões de euros – o mais caro de que há registo na Europa – e as cheias sazonais na China, com perdas de 26 mil milhões de euros.
No caso de Portugal, o país surge na lista dos eventos climáticos registados no último ano juntamente com Espanha, tendo ambos registaram perdas na ordem dos mais de 131 milhões de euros, devido ao período de mau tempo que ocorreu entre 29 de maio e 14 de junho.
É preciso considerar que, além do impacto económico, também muitas vidas foram perdidas com a ocorrência destes fenómenos. Outro ponto a considerar é que, apenas 38% dos eventos climáticos tiveram cobertura por parte de seguradoras.
“Apesar do crescente compromisso de empresas, Estados e do próprio setor segurador em trabalhar no sentido de responder à crise climática que atravessamos e que fortemente impacta todos os países a nível económico, este novo relatório vem demonstrar que ainda nos encontramos no início da jornada”, aponta Anabela Araújo, Chief Broking Officer e Claims Director da Aon Portugal. “É, por isso, necessária maior ousadia na visão do risco climático e desenharmos novas soluções de proteção que consigam atenuar o impacto financeiro espoletado pelas catástrofes climáticas e, consequentemente, assegurar a sustentabilidade dos negócios e países”.
Na perspetiva de Eric Andersen, Presidente da Aon plc, “à medida que os eventos catastróficos aumentam em gravidade, a maneira como avaliamos e nos preparamos para esses riscos não pode depender apenas dos dados que temos do passado. Precisamos de olhar para a tecnologia, como a inteligência artificial e modelos preditivos que estão constantemente a aprender e a evoluir para mapear a volatilidade de um clima em mudança. Com soluções escaláveis, podemos apoiar as organizações a tomar melhores decisões que as tornam mais resilientes à medida que continuam a enfrentar com mais frequência riscos interligados e cada vez mais voláteis.”