Antárctida: biodiversidade enfrenta várias ameaças apesar do isolamento



A Antárctida e as suas águas abundam de vida, mas as medidas de protecção desta biodiversidade são escassas e o continente enfrenta cada vez maiores ameaças tanto da pesca como do turismo e expedições científicas.

A conclusão é de um novo estudo, publicado na revista científica Nature, que caracterizou as ameaças à biodiversidade daquele local. Os investigadores concluíram que a biodiversidade desta região “não está melhor que a do resto do planeta”, apesar do seu relativo isolamento.

O sistema marinho antárctico alberga mais de 8.000 espécies diferentes, sendo que entre 50% a 90% destas espécies são endémicas, incluindo animais como aranhas-do-mar, isópodes e o albatroz-errante. Já em terra existe uma “biodiversidade massiva” de vírus que vivem em cursos de água doce e uma “comunidade microbiana extremamente bem desenvolvida”.

“A maior parte das pessoas pensa que o continente é um monte vasto de gelo e que o mar é apenas povoado por baleias, focas e pinguins. Mas isso não é verdade”, afirma Steven Chown da Monash University e investigador principal do estudo, ao Guardian. De acordo com o investigador, a Antárctida não é uma simples área homogénea e tem 15 zonas biogeográficas distintas.

Estas zonas incluem as Montanhas Transantárcticas, que a albergam líquenes e musgos bastante estranhos, e os vulcões geotermicamente aquecidos na península do noroeste da Antárctida, que desempenha um importante papel como refúgio para a vida selvagem das gélidas da região.

Apesar do isolamento do continente, a interferência humana consegue ali chegar, quer seja através da pesca, turismo ou programas científicos. Apenas 1,5% de todo o território antárctico está protegido e apenas 10% dos oceanos que rodeiam o continente estão protegidos.

Foto: ATEWITHREL / Creative Commons





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