Antárctida: há cada vez mais brigas entre cientistas e técnicos
Os cientistas e outros técnicos que estão a trabalhar na Antárctida ingerem tantas bebidas alcoólicas que o seu comportamento está a ficar “imprevisível” e isso leva a “brigas, figuras indecentes e colaboradores que chegam ao trabalho alcoolizados”, de acordo com responsáveis da Fundação Nacional da Ciência (NSF) norte-americana.
De acordo com a Wired, a situação está tão tensa que a NSF está a ponderar o envio de alcoolímetros para as bases norte-americanas da Antárctida: Scott-Amundsen South Pole Station e McMurdo. Caso a medida seja aprovada – e legal – todos os cientistas e técnicos das bases norte-americanas terão de fazer o teste do balão antes de irem trabalhar.
A ideia de utilizar um alcoolímetro, porém, pode não ser muito funcional, uma vez que, a 3.000 metros de altitude, não é certo que o aparelho funcione de forma perfeita.
No ano passado, o gabinete do inspector-geral norte-americano desenvolveu uma auditoria de segurança e higiene em todas as bases norte-americanas e, na sequência desta iniciativa, conduziu uma acção de disciplina e treino nas forças policiais norte-americanas naquele continente.
Segundo a auditoria, existirá um problema de excesso de bebidas alcoólicas ingeridas nas bases norte-americanas, mas o verdadeiro problema estará num conflito permanente entre os cientistas e os outros trabalhadores, incluindo os técnicos.
“Há uma ruptura cultural muito grande na Antárctida”, explicou à Wired Philip Broughton, que trabalhou como técnico no local, em 2003. Segundo o responsável, os cientistas comem, bebem e socializam entre eles, deixando de fora os outros colaboradores da base.
A base de McMurdo é habitada por 1.000 pessoas durante o Verão. A base do Polo Sul tem 150 colaboradores, entre cientistas e outro pessoal.
Foto: McMurdo. Alan Light / Creative Commons