Antigo mercado lisboeta transformado em parque de estacionamento eficiente (com VÍDEO)
Os nossos leitores sabem o quanto gostamos de edifício abandonados – sobretudo os que acabam renovados e, paralelamente, conseguem manter alguma da sua história. É o caso do edifício que durante anos albergou o mercado do Chão do Loureiro, na baixa de Lisboa, recentemente transformado em parque de estacionamento eficiente.
A recuperação manteve a arquitectura original do edifício e acrescentou um andar aos seis já existentes. Coordenado pela Empresa de Mobilidade e Estacionamento em Lisboa (EMEL), o projecto construiu 192 lugares de estacionamento, sendo que, 32 destes, estão preparados para o abastecimento de veículos eléctricos.
Para além de dar à baixa de Lisboa 192 lugares de estacionamento – numa zona em que estes rareiam – o novo parque acabou por introduzir um novo conceito de parque de estacionamento eficiente.
“Actuámos nos principais vectores de consumo de um parque – a iluminação e a ventilação. Este parque tem ventilação natural, por isso o consumo de energia associado a ele é nulo. As fachadas recebem luz natural, por isso conseguimos, através de um sistema de gestão de iluminação e regulação de fluxo de iluminação, controlar a iluminação artificial”, explicou ao Economia Verde Pedro Louro, da Galp.
A aposta na iluminação eficiente e ventilação natural permitiu reduzir o consumo de energia em 30%. Antes, a factura mensal chegava aos €1.800. Foram também instalados 144 painéis fotovoltaicos, que ajudam a reduzir a factura de electricidade e evitar a emissão de 300 toneladas de dióxido de carbono. Os painéis permitem também carregar cerca de 1000 veículos eléctricos por ano.
“O projecto tinha quatro anos e estava parado. É um projecto difícil, com uma viabilidade económica complicada, e a solução encontrada foi acrescentar outras valências e actividades ao parque, que contribuíssem para a sua sustentabilidade”, acrescentou António Júlio Almeida, presidente da EMEL.
Assim, foram concessionados um supermercado, no rés-do-chão, e um restaurante, no terraço e com uma magnífica vista sobre Lisboa. “É a nossa visão de contribuir para uma cidade inteligente”, reforça o presidente da EMEL.
Veja o episódio 177 do Economia Verde.